Faltam motoristas de caminhões, sobram motoristas de ônibus

A inflação nas alturas desencadeada pela demanda aquecida com oferta reduzida, devido à crise de abastecimento de insumos, produto da pandemia, traz efeitos distintos sobre dois setores complementares, o de transporte de cargas e o de condução de passageiros. Ao mesmo tempo em que faltam motoristas de caminhões, sobram condutores de ônibus.

Isso porque isolamento social imposto pela Covid fez com que disparasse a necessidade pelo transporte de mercadorias, com maior consumo de alimentos e bebidas fomentado pelo home office e pela adesão em massa das compras no comércio eletrônico. Mas, ao mesmo tempo, desestimulou o transporte coletivo, a fim de tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

O cenário trouxe forte pressão nos custos dos serviços e produtos. E diante do encarecimento do diesel, de alimentos, da mão de obra e do caminhão e seus complementos, como pneus, para muitos profissionais deixou de ser vantajoso se arriscar pelas estradas do Brasil pilotando pesados. E o frete, segundo a NTC, Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, está com defasagem de 25%.

Pesquisa da entidade deste ano comprovou reação do setor, com 53% dos empresários avaliando melhora em comparação a 2020 e aumento de 35% de novos registros de transportadores, chegando a 1 milhão de representantes, o que inclui autônomos. Segundo Danilo Guedes, vice-presidente, o setor carece de atrativos para conquistar condutores.

Da AutoData