Faltam peças automotivas no mercado
Dificuldade de encontrar alguns itens é resultado do crescimento na venda de carros novos; preços de produtos podem subir
Se alguma peça do seu carro quebrar, existe a possibilidade de suas preocupações serem dobradas. Com o constante aumento nas vendas de veículos novos, as oficinas mecânicas têm encontrado certa dificuldade para disponibilizar alguns itens para reposição. Empresários do setor dizem que a situação não é alarmante, mas as peças podem ficar mais caras.
Ontem, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou que, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, a comercialização de carros novos atingiu 2,5 milhões de unidades, o que representa uma expansão de 8,69% na comparação com o mesmo período de 2009.
Esse crescimento nas vendas, e consequentemente na produção, acarreta na escassez de alguns tipos de peças nas oficinas mecânicas. Nelson Nunes da Silva Júnior, dono de um estabelecimento do ramo, confirmou que tem dificuldade para encontrar alguns itens, mas ponderou sobre os efeitos para os clientes.
“Estamos com problemas para achar a linha de farois para os veículos Gol, Palio e Corsa, principalmente. Mas não acredito que tenha muito impacto para os consumidores, apenas demoramos um pouco mais para realizar os consertos”, afirmou Nelson.
Suspensão
Outro item avaliado como “sob risco de extinção” no mercado atual de partes automotivas são as peças de suspensão. Segundo Juarez Figueira, proprietário de uma loja de autopeças em Bauru, uma das possíveis saídas para não deixar de atender os consumidores é recorrer às concessionárias.
“O maior movimento que temos aqui na loja é relativo a peças de suspensão. Quando temos dificuldade para encontrar os itens, costumamos recorrer às concessionárias. Mas, de vez em quando, nem mesmo as concessionárias têm as peças”, informou Juarez.
Nos casos em que nem as concessionárias possuem as mercadorias, Richard Marques Ferreira, outro empresário do ramo, revela que a solução é procurar os produtos em cidades maiores, como São Paulo.
“Esse tipo de problema não tem acontecido com muita frequência, mas quando acontece e não conseguimos encontrar as peças nem nas concessionárias, costumamos buscar as mercadorias em outras cidades, em maiores centros”, contou Richard.
Por outro lado, Paulo Henrique Cozin, gerente de uma oficina de autopeças, garantiu que esses casos são comuns e que “depende da época”. Entretanto, disse que buscar os produtos fora da fábrica de origem tende a torná-los mais caros.
“A dificuldade em disponibilizar algumas peças é algo relativo porque não causa muitos inconvenientes. Porém, se precisamos buscar as partes em montadoras ou concessionárias, os produtos ficam mais caros”, definiu Cozin.
Fonte: JCNet