Famílias de trabalhadores soterrados vão processar governo do Chile
As 27 famílias que representam os 33 trabalhadores soterrados há 56 dias na Mina de San José, no Deserto do Atacama, no Chile, vão processar o governo chileno e a empresa mineradora San Esteban. Não foi definido o valor da indenização para cada trabalhador. Paralelamente, as autoridades chilenas divulgaram ontem (29) à noite novo vídeo que mostra os mineiros retirando mais de 8 toneladas diárias de escombros.
As informações são da rede estatal de televisão do Chile, a TVN. O assessor do Ministério do Interior Cristian Barra afirmou que, apesar dos avanços nas operações de resgate, o governo mantém a previsão para a primeira semana de novembro. Barra sinalizou que o ideal é manter a cautela.
No quarto vídeo, divulgado ontem à noite, aparecem os mineiros Juan Illares e Mario Sepúlveda. Illares mostra como é o trabalho de retirada dos escombros, informando que os trabalhadores se dividiram em três turnos de atividade, de oito horas cada. Sepúlveda disse que todos estão otimistas e animados com a aproximação do prazo de resgate e pede tranquilidade às famílias.
O responsável pelo acompanhamento da saúde dos mineiros, Jean Romagnoli, disse que o estado geral dos trabalhadores é bom. De acordo com ele, os 33 mineiros têm condições de deixar o abrigo onde estão, a 700 metros de profundidade, a qualquer momento. Ele não mencionou as condições de saúde mental dos trabalhadores.
Desde o começo desta semana, as três máquinas usadas nas operações de resgaste se mantiveram ligadas e funcionando de forma ininterrupta. A média de escavação foi de 50 metros em 48 horas. Diferentemente do que ocorreu na semana passada, as máquinas não apresentaram falhas nem problemas técnicos e as atividades não sofreram paralisações.
Ontem (29), representantes de 27 famílias dos trabalhadores tiveram uma reunião com a prefeita de San José, Brunilda González. Durante o encontro, as famílias informaram que vão entrar com pedidos de indenização contra o Estado do Chile e a empresa San Esteban, responsável pela mina. Para a prefeita, o ideal é pedir uma indenização calculada em dólares para cada trabalhador soterrado.
Da Agência Brasil (Renata Giraldi)