Famílias de vítimas da pandemia falam na CPI da Covid nesta segunda.
Comissão também ouve integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Leitura do relatório final do senador Renan Calheiros foi adiada para quarta-feira
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CPI da Covid na retal final dos trabalhos: leitura de relatório foi adiada para quarta-feira
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve na manhã desta segunda-feira (18) o integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Nelson Mussolini. À tarde, será a vez de representantes das famílias que perderam entes queridos para a pandemia darem seu depoimento à CPI da Covid.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), adiou em um dia a leitura do relatório final do colegiado. Prevista inicialmente para ocorrer nesta terça-feira (19), a leitura será feita na quarta-feira (20), segundo informações da Agência Brasil. Já a votação do relatório, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), está marcada para a terça-feira da semana seguinte, dia 26. A decisão pelo adiamento foi do presidente da comissão.
Acompanhe a sessão desta segunda
A CPI ainda pretende esclarecer se houve algum tipo de pressão ou interferência do governo na decisão tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec) de adiar a análise de um estudo sobre o tratamento medicamentoso ambulatorial de pacientes com covid-19.
A comissão chegou a aprovar outros requerimentos relacionados ao assunto; mas decidiu ouvir somente Nelson Mussolini. O primeiro requerimento aprovado foi para oitiva do médico Carlos Carvalho, responsável por coordenar o estudo. A presença do médico, no entanto, não era certa; pois, segundo Randolfe, o pneumologista, em contato com a cúpula da CPI, não garantiu que apresentaria à Conitec o relatório retirado da pauta há uma semana.
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Os outros requerimentos aprovados pela CPI foram para convocar outros integrantes da Conitec: o representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carlos Eduardo Menezes de Rezende; o representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Elton da Silva Chaves; e o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Luiz Cláudio Lemos Correa. Os três não serão ouvidos pela comissão.
Vítimas
Segundo Randolfe Rodrigues, as vítimas da pandemia serão ouvidas a partir das 16h. Ele argumenta que a presença delas é “uma forma de se dar voz a milhares de outras famílias brasileiras que foram dilaceradas pela covid-19”.
Conforme proposto pelo requerimento do parlamentar, os convidados representam as cinco regiões do país:
* Norte: Mayra Pires Lima, enfermeira de Manaus. Perdeu a irmã, que deixou quatro filhos, por conta do colapso no fornecimento de cilindros de oxigênio em Manaus, no início deste ano;
* Nordeste: Geovana Dulce, jovem de 19 anos. Perdeu a mãe e terá a guarda da irmã de 10 anos, sendo a nova chefe da família;
* Sudeste: Kátia Shirlene Castilho dos Santos. Perdeu pai e mãe. Ela acompanhou a mãe em sua internação na Prevent Senior, em São Paulo, e o tratamento com base no “kit covid”;
* Sul: Rosane Brandão. Perdeu o marido, que era professor da Universidade Federal de Pelotas;
* Centro-Oeste: Jarquivaldo Bites Leite. Em tratamento com graves sequelas. Por impedimento médico de viajar de avião, virá de carro com acompanhante.
Segundo Randolfe, além destes convidados, devem estar presentes ainda um representante da ONG Rio de Paz e o taxista Marcio Antônio do Nascimento Silva, que perdeu o filho para a covid-19. Em abril de 2020, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Silva recolocou as cruzes que lembravam as vítimas da doença, numa manifestação simbólica pelo combate à pandemia.