Famílias dos mineiros soterrados no Chile apelam à Justiça; responsáveis pela mina dão explicações
Os parentes dos 33 trabalhadores soterrados em uma mina no Chile há 22 dias ingressaram com ações na Justiça para o pagamento de indenizações. As ações foram movidas contra os proprietários da empresa de San Esteban – Alejandro Marcelo Bohn e Kemeny – e o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin) – que supervisiona a segurança das minas em todo o país. A ação é de cerca de US$ 2 milhões.
Paralelamente, o Departamento Fiscal de Ataca toma hoje (27) os depoimentos de Bohn e Kemeny. Eles responderão sobre as acusações de responsabilidade relativas ao acidente da mina de San José, no Norte do país, e mais a ocorrência de lesões graves de um dos trabalhadores. As informações são da imprensa oficial da Bolívia, Agência Boliviana de Notícias, e do sistema de informação estatal do Paraguai, a Iparaguay.
Imagens de um vídeo feito pelos trabalhadores, soterrados na mina, mostram que apesar da fragilidade física, eles estão com uma boa aparência, conseguem manter o humor e a ordem do local. As autoridades chilenas informaram que o resgate total dos 33 mineiros só deve ser concluído no final de novembro.
Parlamentares, no Congresso Nacional do Chile, instauraram uma comissão para investigar o acidente. Há dúvidas se a mina de ouro e cobre, reaberta em 2008, tinha condições de ser explorada. Depois deste episódio, o governo do presidente chileno, Sebastián Piñera, ordenou uma série de mudanças no sistema de mineração país, encaminhou ao Legislativo uma proposta de ampliação da legislação trabalhista e ampliou o esquema de segurança do setor.
A mina de San José é considerada de médio porte. Desde o acidente no último dia 5, os donos da empresa são alvos de críticas. Na região da cidade de Taltal, no Norte do Chile, nove minas, apontadas como de pequeno porte, foram fechadas por falta de rotas de fuga. Uma das críticas à situação da mina de San José é que não havia alternativas de ventilação e saídas em condições de serem usadas pelos trabalhadores.
Agência Brasil