Farmacêutica mais que dobrou lucro e financiou publicidade em defesa do “tratamento precoce”

A CPI da Covid ouviu ontem o diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic Jailton Batista, empresa que patrocinou propagandas da invermectina, medicamento sem eficácia contra a Covid-19.

Foto: Divulgação

Jailton confirmou que a farmacêutica financiou a veiculação de uma propaganda defendendo o tratamento precoce contra a Covid-19, utilizando medicamentos como invermectina e hidroxicloroquina.

“Demos apoio e suporte à Associação Médica pela Vida no patrocínio ao documento técnico e médico. Nós patrocinamos a publicação do manifesto, custeando a vinculação em jornais. Eles pediram o patrocínio e pagamos”, afirmou.

Lucros

A farmacêutica dirigida por Jailton Batista aumentou a venda de invermectina, medicamento ineficaz contra Covid-19, em 1.105%. O valor faturado com esse medicamento em 2019 saltou de R$ 15,7 milhões em 2019 para R$ 470 milhões em 2020, e somente nos primeiros 5 meses de 2021, já havia lucrado R$ 264 milhões com o medicamento.

O faturamento também teve um grande crescimento. No ano de 2019 a Vitamedic faturou R$ 200 milhões, no ano seguinte o lucro foi de R$ 540 milhões, e até o mês de julho de 2021 a empresa já havia faturado R$ 300 milhões.

O proprietário da Vitamedic, José Alves Filho, que teve seus sigilos quebrados pelos parlamentares, pediu para ser substituído por Jailton, que é o responsável pela gestão da empresa.

Agenda

Hoje a CPI recebe o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O deputado havia sido citado na comissão durante o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF).

Miranda disse que Bolsonaro ligou o nome de Ricardo Barros a irregularidades na compra da vacina Covaxin. O depoimento de Barros é um dos mais esperados pela comissão.

Com informações da Rede Brasil Atual