Faturamento das pequenas empresas da Região cresce 12,5% em fevereiro
Setor de serviços foi o responsável pelo bom desempenho dos pequenos negócios no ABCD, conforme pesquisa do Sebrae
As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) da Região apresentaram um aumento de 12,5% no faturamento em fevereiro em relação a janeiro. O resultado representou uma inversão ao desempenho das pequenas indústrias da Região em janeiro, que tiveram uma queda de 8,5% em comparação ao mesmo mês de 2010. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP de Conjuntura.
Em valores absolutos, o faturamento dos pequenos negócios na Região foi de R$ 1,347 milhão, um acréscimo de R$ 150 milhões em relação ao volume registrado no mês anterior.
No período de um ano, as pequenas do ABCD também tiveram resultado positivo com um aumento de 6,2% em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado, descontada a inflação. Nos primeiros dois meses do ano, a alta foi de 1,1%.
O resultado do ABCD foi maior do que o desempenho das micro e pequenas empresas no Estado que, em fevereiro, apresentaram alta de 3,4%.
O consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves, disse que a alta na Região foi alavancada pelas empresas do setor de serviços. Com a retomada do crescimento, as empresas de grande porte voltaram a demandar serviços. “Conforme as empresas vão vendendo solicitam mais fornecedores para repor seus estoques”, acrescenta.
Além disso, o crescimento em fevereiro é explicado também pela sazonalidade do período, tradicionalmente, as empresas entram em férias coletivas em janeiro, o que diminui as encomendas às pequenas empresas. Com o retorno das atividades em fevereiro, o resultado tende a ser positivo.
Para o conselheiro do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) regional Santo André, Fausto Cestari Filho, o resultado das micro e pequenas na Região foi surpreendente. Cestari explicou que a economia mostra sinais de menor ritmo de crescimento, reflexo das medidas do governo de aperto na taxa de juros e redução do crédito. Por isso, a tendência é de que nos próximos meses, o resultado tende a ter maior declínio.
Cestari, que também é empresário, dono da MRS, fabricante de componente automotivo, instalada em Mauá, reconhece que o resultado é positivo para as empresas da Região e que o aumento no faturamento também pode ser explicado pelo maior número de empresas que estão sendo colocadas na formalidade, através do MEI (Microempreendedor Individual).
Os analistas de mercado acreditam que durante os próximos seis meses, as empresas vão manter as receitas nos mesmos níveis de crescimento.
Mas, na opinião do consultor do Sebrae trata-se de uma avaliação otimista. “Tradicionalmente, o crescimento é mais moderado no segundo semestre e seoma-se a isso a alta nos juros, menor nível de investimentos, consequentemente, menos reposição de máquinas e encomendas pela indústria, “analisa.
No Estado
De acordo com a pesquisa do Sebrae, o resultado dos pequenos negócios no ABCD ficou maior que o desempenho no Estado. As pequenas empresas paulistas registraram, em fevereiro, um crescimento de 3,4%, que significa um faturamento de R$ 24 bilhões, sobre o mesmo período em 2010.
O crescimento do consumo no mercado interno, a partir da melhora da ocupação e da renda da população, e a base de comparação relativamente modesta – em fevereiro/10 as MPEs estavam se recuperando dos efeitos da crise internacional – contribuíram para este resultado. Também para as empresas paulistas o setor de serviços foi o responsável pelo bom desempenho.
A pesquisa Indicadores de Conjuntura é realizada mensalmente pelo Sebrae-SP, com apoio da Fundação Seade. O levantamento é feito junto a 2,7 mil micro e pequenas empresas de todo o Estado, uma amostra que representa 1,3 milhão de MPEs da indústria da transformação, comércio e serviços.
Do ABCD Maior