Feijóo é o novo presidente do Sindicato

José Lopez Feijóo assumiu ontem pela manhã a Presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em substituição a Luiz Marinho, eleito presidente da CUT.

Feijóo tem 53 anos e iniciou sua trajetória no movimento sindical na Comissão de Fábrica dos Trabalhadores na Ford, em 1982. Passou pela secretaria-geral da CUT Estadual São Paulo, onde também foi eleito presidente por três mandatos (1992 a 2000), até voltar ao Sindicato onde ocupava a Vice-presidência.

Ele conta que o Sindicato estuda novos programas para ampliar a produção no setor automotivo e que os metalúrgicos exigem debater com o governo uma política industrial para todos os setores produtivos. Feijóo lembra ainda da importância Congresso da categoria, que acontece mês que vem, no qual será debatida uma nova estrutura sindical. Em entrevista à Tribuna, o novo presidente do Sindicato fala de seus planos.

TM: Você assume o Sindicato com o anúncio de coletivas em montadoras e de queda de produção industrial. Como enfrentar essa situação?

Feijoó: Diante da herança do governo passado, da manutenção das altas taxas de juros, o Sindicato trabalha em caráter emergencial para dentro de no máximo 15 dias apresentar um programa de recuperação do setor. Outro projeto em andamento, e com o qual estamos buscando interagir é o Modercarga, um projeto para a renovação da frota de caminhões.

TM: E para outros setores?

Feijoó: O governo está lançando os fóruns de competitividade. Neles poderemos discutir políticas de desenvolvimento para todos os setores e definir uma política industrial com metas de emprego. Não podemos esquecer que o governo tem o nosso plano de 7 metas para o setor automotivo que visa o desenvolvimento de toda a cadeia, como fornecedores e vendas.

TM: Não há um descompasso entre o que queremos e a real situação da economia?

Feijoó: Acredito que a partir do segundo semestre a taxa de juros caia e o Brasil inicie um novo ciclo de crescimento. É importante frisar que sempre criamos propostas para o desenvolvimento, mas os governos anteriores nunca abriram espaço para a negociação. Agora é diferente. Vários setores da sociedade estão convocados a participar. Percebemos que o governo está aberto ao diálogo. É a partir daí que tenho otimismo de que as coisas vão mudar.

TM: O que representa para você assumir o Sindicato?

Feijoó: É uma responsabilidade muito grande. Digo com muita firmeza que somos a categoria mais organizada do País, e os metalúrgicos cobram uma representação sindical à altura. Tenho também de lembrar que meus antecessores hoje ocupam postos importantes na cena política. Deste Sindicato saiu o presidente Lula e, agora Marinho, na CUT. O Sindicato participa de todos os fóruns regionais que discutem os problemas da região, temos um papel fundamental como interlo-cutores sociais junto aos governos municipais, estadual e federal. E tudo isso graças à capacidade de mobilização e organização dos metalúrgicos. Confio na direção do Sindicato e nos companheiros que estão nos Comitês Sindicais de Empresa, militantes, cipeiros e membros das Comissões de Fábrica. É nisto que me apoio para prosseguir nessa linha de trabalho.

TM: Qual tema sindical que você queria destacar para o mandato?

Feijoó: Bem, nosso congresso está para ser realizado mês que vem e vamos debater a reforma sindical. Nosso desafio é implantar a liberdade e autonomia sindical e interferir na reforma deste tema prevista para o segundo semestre. Acredito que os metalúrgicos têm muito a contribuir com o movimento sindical brasileiro oferecendo um bem- sucedido sistema de representação no local de trabalho.

TM: Cooperativas estão nesse plano?

Feijoó: Não só continuar apoiando com firmeza o projeto de cooperativas de produção, como também lutar pela criação de uma escola de cooperativismo. Como sou otimista, vamos lutar e apostar no desenvolvimento regional com geração de emprego nos vários setores da econo