Feirões de automóveis já respondem por 25% das vendas

Antes usada para desovar estoques, tática virou rotineira no mercado. Cerca de 160 mil veículos foram adquiridos em feirões no trimestre

Os feirões de fábrica, ação antes usada para desovar estoques, foram incorporados à rotina das montadoras e atualmente já respondem por cerca de 25% das vendas de carros novos no país. Quem apostava que o apelo estava esgotado não contava com a tradicional mania do brasileiro de sempre ´tirar vantagem´. Nos feirões, a ordem é fazer volume de vendas e os próprios organizadores admitem que ´quem chora´ consegue um bom negócio.

Um feirão da Chevrolet realizado pelo grupo Pallazo na Marginal do Tietê, feito no fim de semana estendido com o feriado de Tiradentes, levou ao local mais de 1,6 mil pessoas. “Vendemos 382 carros em quatro dias, enquanto nossa média mensal é de 340 unidades”, informa Carlos Palazzini, dono da empresa.

Além dos feirões de fábrica e de concessionárias, as montadoras alugam amplas áreas para os eventos, como estacionamentos de shopping center e até de clube de futebol. Na semana retrasada, a General Motors (GM) realizou um feirão no Estádio da Portuguesa, na Marginal do Tietê, corredor que vem se tornando um dos mais disputados para essas ações.

Especializada no varejo de carros e na realização de feirões, a empresa MSantos calcula que mais de 160 mil veículos foram adquiridos em feirões no primeiro trimestre deste ano, o equivalente a 25% das vendas totais de modelos novos. No ano passado, essa participação não chegava a 10%, informa o economista Ayrton Fontes, responsável por pesquisas na Msantos. “O clima de festa e euforia que se cria nos feirões é propício às vendas”, diz Fontes.
 
O investimento para um evento desse porte é elevado, pois inclui, além da área das atrações, gastos com propaganda. O custo de um evento fica entre R$ 1,1 milhão a R$ 1,4 milhão.

Do G1