FEM-CUT assina Convenção Coletiva com Estamparia e três sindicatos do G8

(Foto: Edu Guimarães)

A Federação Estadual dos Metalúrgi­cos da CUT, a FEM-CUT, assinou ontem as Convenções Coletivas de Trabalho, as CCTs, com a Estamparia e três sindicatos patronais pertencentes ao Grupo 8. As assinaturas foram na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, em São Paulo.

Os salários serão reajustados pelo INPC, como índice de referência aprovado pelos trabalhadores durante assembleia geral re­alizada no dia 13 de outubro, em Diadema.

“As negociações foram muito difíceis, já que a ‘pauta’ patronal insistia a todo o momento em retirar direitos, como o congelamento de salário por três anos e o fracionamento de férias”, contou o presi­dente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

Na Estamparia, o reajuste será de 6,5% retroativo a 1º de setembro e o restante em 1º de fevereiro. As cláusulas sociais estão mantidas.

Os três sindicatos patronais que racharam com o G8 e chegaram ao índice de referência foram os de equipamentos ferroviários e rodoviários, artefatos de metais não ferrosos e artefatos de ferro, metais e ferramentas em geral, respectivamente, Simefre, Siamfesp e Sinafer. O acordo negociado determina que o valor seja pago em duas vezes, sendo 6,62% retroativo a 1º de setembro e o res­tante em 1º de fevereiro de 2017. 

Luizão destacou os ataques contra a classe trabalhadora e citou a liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o STF, que suspende a regra ou princípio da ultratividade prevista na Súmula nº 277 do Tribunal Superior do Trabalho, o TST.

A ultratividade reconhece que cláusu­las coletivas integram os contratos de traba-lho mesmo após o término de sua vigência, até que novo acordo coletivo venha a ser assinado. O objetivo do TST, com a Súmula, era evitar perda de direi­tos importantes dos trabalhadores, pois estariam valendo enquanto não houvesse nova negociação.

“Conseguir assinar a CCT em um momento em que todos acham que po­dem retirar direitos é algo extremamente importante para os trabalhadores. Nós resistimos aos ataques e conquistamos o acordo”, afirmou.

No dia 26 de outubro, a FEM-CUT já assinou a Convenção com as bancadas patronais do G2 e da Fundição na sede da Federação, em São Bernardo.

As conversas com o G3, os demais sindicatos patronais do G8 e o G10 con­tinuam sem avanços. Hoje, em Sorocaba, a FEM-CUT definirá os próximos passos da Campanha Salarial. “Não descartamos a possibilidade de buscar o índice na justiça com esses grupos”, concluiu Luizão.

Claúsula inédita no G2 e na Fundição vai beneficiar trabalhador com deficiência

Entre as cláusulas das convenções coletivas assinadas entre a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, com o Grupo 2 e a Fundição está o cumprimento da lei 8.213/91, que estabelece cotas para trabalhadores com deficiência, por meio da adoção da metodologia aplicada pela Associação Brasileira de Emprego Apoiado, ABEA. A medida é inédita na categoria.

Durante as rodadas de negociação, represen­tantes da entidade participaram de reuniões para apresentar a proposta ao setor patro­nal. Como resultado, foi inserido nas novas convenções, que as empresas procurem os respectivos sindicatos, inclusive por meio de contato com entidades especializadas como a ABEA, para atuarem de forma conjunta a fim de atender esse compromisso social.

Após esse contato, a ABEA colocará à disposição da empresa um trabalhador que preencha o perfil pretendido. Caso contrata­do, ele será acompanhado pela entidade até que esteja estabelecido na empresa. 

Da Redação