FEM-CUT briga por estabilidade ao trabalhador diagnosticado com câncer

O impacto do diagnóstico é duro, o tratamento é pesado, manter-se fir­me é um desafio para todos que são acometidos pelo câncer. A segurança de ter um emprego, salário no final do mês e o apoio dos colegas na fábrica são aliados essenciais no combate à doença. Por isso, a Federação Estadual do Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, colocou na mesa de debate com o patronal a defesa da cláusula de estabilidade ao trabalhador com câncer.

“Nessa cláusula pedimos a estabilidade ao trabalhador diag­nosticado com câncer até a cura ou até que ele seja afastado em definitivo. Não queremos que logo após receber o diagnóstico de uma doença tão perversa, ele receba uma carta de dispensa. Isso aumenta demais o sofrimento de quem já teve uma notícia tão ruim”, argumentou o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

Hoje os tribunais tratam as dispensas nesses casos como discriminatórias. “Essa cláusula é para que o trabalhador não precise recorrer a um advogado, enfrentar mais esse desgaste e só depois ser reintegrado”, reforçou.

O dirigente lembra que a cláu­sula estabelece que trabalhador deverá apresentar laudo médico com certa frequência, ainda a ser definida na negociação com a bancada patronal”, explicou.

Os representantes da Federação se reúnem hoje com o Grupo 3, na sede da FEM-CUT, em São Bernardo. Amanhã os encontros serão na sede da Fiesp, em São Paulo, com o Sindratar e o Sicetel, que pertenciam ao G8.

Experiência própria

Foto: Adonis Guerra

O coordenador da Regional de Ribei­rão Pires e Rio Grande da Serra, Mar­cos Paulo Lourenço, o Marquinhos, foi diagnosticado com câncer em 2011, retirou o tumor e hoje faz acompanhamento médico.

“O câncer apareceu do nada, foi um susto para mim e para a minha família. É um momento que nos deixa muito fragilizados, tanto psicologica como fisicamente. Estar trabalhando, recebendo e ter o apoio dos colegas na fábrica é muito importante nessa hora. Do ponto de vista humano, essa cláusula é primordial. Ela precisa ter atenção especial na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho”.

Da Redação.