FEM/CUT divulga nota oficial pela manutenção dos empregos e direitos

Presidente da entidade, Valmir Marques (o Biro Biro), afirma na nota que o ramo metalúrgico da CUT não aceitará quaisquer propostas que flexibilizem/reduzam direitos ou o salário

A Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT-SP, entidade que
representa 280 mil trabalhadores em todo o Estado, não concorda com as
recentes medidas tomadas por algumas empresas e sindicatos que reduziram os
salários e a jornada de trabalho e suspenderam os contratos de trabalho.

Usar o discurso da “flexibilização de direitos” como forma de evitar as
demissões, neste momento de vulnerabilidade devido à crise mundial, é uma
atitude irresponsável e lesiva aos trabalhadores. Além de ser oportunista,
porque só privilegia apenas um lado, neste caso o capital. Não é justo que a
classe trabalhadora pague por uma crise que não foi gerada pelo Brasil.

Nos últimos anos, as empresas brasileiras não têm do que reclamar, em
especial o ramo metalúrgico. O crescimento sólido da economia brasileira
propiciou que as indústrias alavancassem as suas vendas e, consequentemente,
os lucros. O setor automotivo tem batido recordes consecutivos. A venda
total de veículos novos  em 2008 aumentou 14,5% com relação a 2007, segundo
a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
alcançando a marca de 3,5 milhões de veículos vendidos no país, uma das
maiores da história do setor. Os demais segmentos metalúrgicos também não
ficaram de fora. No ano passado, a média de crescimento nas vendas na
indústria de transformação foi de 15%.

Embora uma parte dos meios de comunicação só tem dado ênfase ao lado
negativo da crise, um estudo recente da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) frisou que o Brasil ” é o único de uma
relação de  35 países analisados” que não deverá registrar forte
desaceleração econômica nos próximos seis meses”.

A geração de novos postos de trabalho — a melhoria do poder de compra nos
salários —  no ano passado a maioria das categorias profissionais
conquistaram aumentos reais, só o ramo metalúrgico cutista conquistou 3,6%
— e o crescimento pujante da produção industrial são alguns dos indicadores
que reforçam que a economia brasileira está longe da crise.

Diante destes fatos, em hipótese alguma, o ramo metalúrgico da CUT aceitará
quaisquer propostas que flexibilizem/reduzam direitos ou o salário. Estamos
com a Central Única dos Trabalhadores mobilizados e, no dia 19 de janeiro,
em conjunto com as demais categorias profissionais filiados apresentaremos a
nossa ofensiva contra qualquer medida patronal que desrespeite os direitos
da classe trabalhadora.

Sempre respeitamos a vontade e a decisão dos trabalhadores e, portanto, a
nossa luta é por um processo de negociação com ações propositivas, que
garantam por um lado a manutenção dos empregos e dos direitos e por outro
assegurem o desenvolvimento do país.

 

Valmir Marques (Biro Biro) é presidente da FEM-CUT/SP.

 

___________________________________________________________