FEM/CUT fecha acordos com Grupo 2, Siamfesp e Sindicel
Com as negociações, 40,5 mil metalúrgicos do ABC terão salários reajustados acima da inflação e a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho
A FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) fechou na última semana acordos com as bancadas patronais do Grupo 2, Siamfesp e Sindicel. Com as negociações, agora já são mais de 40,5 mil metalúrgicos e metalúrgicas do ABC comtemplados com reajuste de 9% retroativo a 1º de setembro, e a renovação das CCTs (Convenções Coletivas de Trabalho).
O G2 era a única bancada patronal em negociação que ainda não havia fechado o acordo da Campanha Salarial. Os empresários do G2 insistiram até o último momento na tentativa de reduzir direitos, mas acabaram cedendo à pressão dos trabalhadores em negociação no último dia 13.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, destacou as dificuldades, a tentativa de parcelamento do INPC pelos patrões, que ainda queriam retirar direitos conquistados na luta.
“Mais um ano que conseguimos repor a inflação e preservar as cláusulas sociais que são tão importantes. Isso demonstra a disposição e a garra que os trabalhadores da nossa base sempre tiveram. Os estudos do Dieese mostram que a maioria dos sindicatos não conseguiu sequer repor o INPC. O preço dos alimentos está lá em cima, então precisamos ter a reposição nos salários. Essa é mais uma conquista aqui do ABC e da base da FEM que, como sempre, não se furtaram a fazer a luta”, destacou o presidente do Sindicato.
Além do G2 (Sindimaq – máquinas e equipamentos e Sinees – aparelhos elétricos e eletrônicos), outros Sindicatos que chegaram ao índice de 9% na semana passada foram Siamfesp (artefatos de metais não ferrosos) pertencente ao G8.3, e Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de materiais não ferrosos).
Na base da FEM/CUT, cerca de 150 mil metalúrgicos no estado de São Paulo estão contemplados com acordos de Campanha Salarial.
Cláusulas sociais
A Convenção Coletiva de Trabalho com todas as cláusulas sociais foi renovada no Grupo 3 até agosto de 2024. Nos demais grupos, até agosto de 2023. As assinaturas da CCT devem ocorrer ainda este mês.
Grupo 10
Apenas o Grupo 10, que abrange principalmente micro e pequenas empresas, que não fecha acordo desde a aprovação da reforma Trabalhista em 2017, não aceitou negociar mais uma vez com a Federação e já recebeu aviso de greve.