FEM-CUT inicia negociações com as bancadas patronais
Fotos: Edu Guimarães
A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, iniciou nesta semana as reuniões com as bancadas patronais, após a entrega da pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2017.
Na terça-feira, 1º, o encontro na parte da manhã foi com os representantes patronais do Grupo 3, na sede do Sindipeças, em São Paulo. O grupo que há três anos não assina a Convenção Coletiva de Trabalho reafirmou posição em favor da aplicação das mudanças da reforma Trabalhista e também da suspensão da ultratividade, mecanismo utilizado para assegurar a validade de uma convenção coletiva até que uma nova entre em vigor.
“O desafio que se coloca é construir um acordo que dê conta da assinatura da Convenção Coletiva para garantir direitos e tentar ampliá-los. Do outro lado, vemos a ofensiva do setor patronal que se sente à vontade por conta da reforma sancionada pelo governo”, avaliou o coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento.
A secretária da Mulher da FEM-CUT, Andrea Sousa, a Nega, acredita que as “modernizações” defendidas pelos patrões impactam de forma negativa na base. “Essas mudanças, que são tratadas como modernização das leis trabalhistas, são, na verdade, precarização das relações de trabalho”.
Na parte da tarde, a reunião foi com os sindicatos patronais Sinafer, Sianfesp e Simefre, na sede da FIESP. Foi criado um plano de trabalho e estabelecida uma ordem para os debates das cláusulas.
“Os representantes dos patrões se mostraram cautelosos nessa primeira reunião e nós deixamos claro, mais uma vez, que o trabalhador não pode ficar descoberto sem assinatura de Convenção Coletiva”, ressaltou o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos.
Na manhã de ontem, representantes da FEM-CUT se reuniram com a bancada do Sicetel. Também foi estabelecido um plano de trabalho que organiza cada rodada de negociação. O Sicetel sinalizou que pode assinar a cláusula de compromisso da Negociação Permanente, reivindicada pela FEM-CUT há dois anos.
“Os diretores do Sicetel falaram em dificuldades do setor e da nova legislação, resultado da aprovação da reforma Trabalhista, mas se mostraram dispostos a negociar. Da nossa parte, temos que reunir forças para garantir direitos”, afirmou o coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho.
Os companheiros em montadoras já têm acordo com garantia de investimentos nas plantas, mas participam da Campanha solidariamente. A data-base é 1º de setembro e estão em Campanha 198 mil trabalhadores na base da FEM-CUT no Estado de São Paulo.
Além de homenagear os 100 anos da Revolução Russa, a Campanha Salarial 2017 também celebra os 100 anos da primeira Greve Geral no Brasil.
Da Redação.