FEM-CUT quer cláusula para barrar contratos intermitentes
Foto: Adonis Guerra
Os debates da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, com a bancada patronal do G3 sobre as cláusulas sociais se intensificaram ontem, durante a reunião realizada na sede da Federação, em São Bernardo. O destaque ficou por conta da discussão sobre o trabalho intermitente, agora previsto em lei com a reforma Trabalhista. Ponto crucial que os representantes dos trabalhadores pretendem barrar.
“Ficou evidente o desejo do sindicato patronal de ter garantida na Convenção Coletiva a utilização do mecanismo do trabalho intermitente, que representa o fim de tudo o que temos hoje. Eles questionam se esse tipo de contrato pode ser implantado na área administrativa. Mas, uma vez isso implantado, ele se alastra para qualquer outra área na empresa”, alertou o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão.
O dirigente reforçou que a Federação vai lutar para impedir isso. “Quem trabalha nessas condições não vai conhecer as regras porque não consegue nem ter acesso ao seu sindicato, não sabe quanto tempo vai trabalhar, qual será seu salário, em qual dia da semana e em qual horário vai trabalhar. É uma condição que, embora esteja na reforma, nós não podemos permitir de maneira nenhuma. Vamos orientar nossos sindicatos para que produzam acordos coletivos que não permitam esse tipo de contratação”.
Para dar prosseguimento às negociações, a FEM-CUT concordou em retirar algumas cláusulas da Convenção Coletiva, hoje melhor estabelecidas em lei ou em norma regulamentadora.
“Para mostrar que não somos intransigentes, concordamos em retirar alguns itens. Exemplos são a regra do aviso prévio que tem uma condição muito melhor hoje, a atualização da carteira profissional e o cumprimento da lei de prensa, que a Norma Regulamentadora 12 já trata. Agora, itens que preenchem lacunas do direito ou que garantem coisas acima da lei, nós não vamos abrir mão”, concluiu.
Da Redação.