Férias coletivas e covid derrubam produção de carros em janeiro

A combinação de alto índice de trabalhadores com covid19, falta de chips (ainda que em menor escala do que no fim de 2021) e menos dias de trabalho em razão de férias coletivas levou a indústria automobilística a registrar queda de 27,4% na produção de veículos em janeiro ante dezembro e de 31,1% na comparação com igual mês do ano passado.

Foram produzidas 145,4 mil unidades, o pior resultado para o mês em 19 anos. Janeiro tradicionalmente é mais fraco em vendas e produção, mas o mês passado “foi especialmente complicado”, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

Ele diz que o setor registrou índices sem precedentes de absenteísmo, por conta de afastamentos de funcionários com covid ou suspeita de infecção. “Na média, o índice ficou em 6% a 7% do quadro total”, disse. As montadoras empregam atualmente 101,3 mil pessoas. Ele ressaltou, contudo, que 90% dos funcionários já tomaram a segunda dose da vacina. As vendas tiveram queda de 26,1% ante dezembro e de 30,9% ante janeiro de 2021, com 126,5 mil unidades.

Só o mercado de automóveis e comerciais leves caiu quase 40% em relação a um ano atrás, mas o de utilitários esportivos (SUVS) teve queda de 1,9%, registrando participação recorde de 50,6% nas vendas. Uma grande preocupação para os próximos meses, segundo Moraes, é a alta dos juros, que terá impacto nos financiamentos de automóveis – 60% das vendas do setor são financiadas.

Do Estadão