Fiat do Brasil retoma produção após crise e faz novas contratações

Apesar da redução da produtividade, a empresa utilizou férias coletivas e banco de horas para não demitir

A Fiat do Brasil corre contra o tempo para aproveitar a retomada do mercado brasileiro de veículos e já faz novas contratações. De acordo com o presidente da Fiat do Brasil e América Latina, Cledorvino Belini, a montadora manterá os investimentos e aumentará o nível de produção das linhas em Betim (MG), que acabam de recuperar o volume de antes da crise. “As vendas de automóveis e comerciais leves já são melhores que as do ano passado”, afirma o executivo.

Segundo Belini, a medida do governo em reduzir o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) foi acertada, juntamente com a disponibilidade de crédito ao setor e a redução das taxas de juros. “A Fiat teve dificuldade de abastecer o mercado no começo do ano, porque com a crise as vendas caíram 40%. Então, nós pisamos no freio e reduzimos as importações de materiais e a produção. Quando o mercado retomou, tivemos de agir rápido para não perder ´market share´”, comenta.

Belini ressalta que, apesar da redução da produtividade, a empresa utilizou férias coletivas e banco de horas para não demitir. Assim, pôde também agir de forma rápida para retomar crescimento do ritmo de vendas e garantir a permanência na liderança do mercado brasileiro. “Não pode faltar carro, mas também não pode sobrar, porque isso gera grande prejuízo.”

Produtos

Sobre a chegada de novos produtos da marca, Belini faz mistério. “A Fiat trabalha constantemente para trazer novas tecnologias e produtos. Reservamos boas surpresas, que temos de esperar para abrir a ‘caixinha’ e mostrar”, diz. No entanto, ele garante que o modelo Mille não saíra do mercado, mesmo com as novas leis que obrigam airbag e freios ABS de linha. “Teremos o Mille em 2010”, ressalta. Em relação ao Palio, o executivo diz que continuará a ser vendido nas duas versões. “Quem dita o que fica e o que sai de linha é o mercado.”

Em relação ao lançamento de um novo carro de entrada chamado de “Panda”, Belini desconversa. “Muitas revistas publicam fotos de carros camuflados, mas não necessariamente serão vendidos no Brasil. Temos um centro de engenharia aqui, porque as condições brasileiras permitem com que façamos os testes dos produtos”, diz.

Para o presidente da Fiat do Brasil e América Latina, o Brasil aprendeu com a crise e conseguiu se recuperar de forma rápida. No caso do setor automobilístico, o país foi o terceiro em crescimento, atrás somente da China e da Alemanha. Segundo ele, o setor está otimista. “Nosso setor cresceu no mercado interno. A produção foi menor, pois houve queda nas exportações, mas nos fortalecemos, principalmente com a redução do IPI. Sem dúvida o setor está muito otimista e investindo principalmente.”

Do G1