Financiamento de ônibus pelo FGTS está ameaçado
O Conselho Curador do FGTS liberou R$ 1 bilhão para a compra e renovação da frota de ônibus urbanos, mas o dinheiro pode não chegar ao destino final por causa da burocracia bancária.
A medida, que é inédita, foi aprovada em março deste ano como mais uma ação anticrise proposta pelos metalúrgicos. A intenção era que o dinheiro fosse repassado pela Caixa Econômica Federal diretamente aos interessados, nesse caso os municípios. Desta forma, eles não precisariam da intermediação do Ministério das Cidades, como é comum nesse tipo de operação.
“O problema é que a Caixa não criou uma forma de fazer esse dinheiro chegar aos compradores dos ônibus”, diz Jaci Afonso, representante da CUT no Conselho do FGTS.
Burocracia bancária impede renovação da frota de ônibus
Pressão
Segundo ele, como esse dinheiro é vinculado, ou seja, tem uma destinação específica, se não for usado terá de voltar para o FGTS e todo o esforço feito estará perdido.
“Cabe também aos trabalhadores cobrar a Caixa a operacionalização desse crédito, pois a medida gera emprego não só nas montadoras, mas numa cadeia que inclui desde a produção dos veículos ao próprio transporte público”, afirma Afonso.
Para o ABC, em especial para os metalúrgicos, esse crédito tem grande importância para o emprego, já que da Mercedes, Scania e Ford saíram 56% dos 44 mil ônibus fabricados ano passado.
Essa pressão, diz o dirigente, é mais que necessária porque o Conselho se reúne na próxima semana e pode liberar outro bilhão de reais para ano que vem. “Não podemos correr o risco de perder outra oportunidade”, finaliza Afonso.