Fiscalização será decisiva

A Previdência Social acredita que a partir do Fator Acidentário as empresas terão a preocupação de investir em prevenção de acidentes e condições de trabalho para pagar menos seguro.

“Outra possibilidade é o aumento da subnotificação, que hoje já acontece”, denunciou Zé Paulo, ao comparar as concessões de benefícios por acidente de trabalho em São Bernardo e Santo André.

Ele lembrou que, no ano passado, o auxílio-doença por acidente de trabalho em Santo André representou 34% do total dos auxílios-doença concedidos. Já em São Bernardo, que tem muito mais indústrias, o percentual foi menor, em apenas 23%. “Aí tem alguma coisa estranha”, comentou.

Zé Paulo afirmou que, hoje, estima-se que em cada dez acidentes ou doenças do trabalho, apenas quatro são notificadas.

“É por isso que a capacidade de fiscalização dos trabalhadores fará a diferença. Sem organização no local de trabalho para exigir as CATs, inclusive dos acidentes mais leves que não chegam a gerar sequelas ou que têm afastamentos curtos, a tendência será tudo continuar na mesma, sem avanços para o trabalhador”, concluiu o diretor.