Flora Tristan, pioneira das lutas das mulheres e do internacionalismo operário
Flora Tristan, escritora e ativista socialista, nasceu na França em 7 de abril 1803 e faleceu em 14 de novembro de 1844. Filha de pai peruano e mãe francesa, ficou órfã do pai aos quatro anos. Foi forçada pela sua mãe a se casar aos 17 com André Chazal, um homem violento e possessivo, que tentou assassiná-la com um tiro. Lutou por vários anos para conseguir o divórcio e fugiu de casa com seus três filhos.

Seu destino foi o Peru, onde escreveu livros, panfletos e ensaios sobre a condição subalterna da mulher na sociedade. Em 1839, durante os quatro meses em que visitou a capital inglesa, escreveu “Passeios em Londres”, livro que denuncia as péssimas condições de vida e de trabalho da classe operária inglesa, em contraste com a riqueza e opulência da aristocracia capitalista, responsável, segundo ela, pela perpetuação da injustiça e desigualdade social.
Em 1843, publicou “União Operária”, livro que não só denunciava a miséria e a opressão das mulheres operárias, mas também propunha a união de toda a classe trabalhadora em uma organização internacional, antecipando, de forma pioneira, o “Manifesto Comunista” de Marx e Engels, publicado em fevereiro de 1848.
Quase dois séculos após os escritos de Flora Tristan, apesar dos avanços, as mulheres, como aponta as estatísticas, continuam enfrentando situações similares na vida privada, com a permanência da violência e feminicídio e, nos espaços públicos, onde também há um longo caminho para se alcançar as condições de igualdade no trabalho e na política.
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