FMI defende maior participação dos emergentes

O diretor-geral do Fundo reforçou a proposta de transferir pelo menos 5% do percentual de cotas da instituição dos países mais representados para os menos representados até 2011. "Isto reforça nossa legitimidade e representa uma garantia para nossa eficácia no futuro", afirmou

O diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, defendeu na terça-feira (6) a proposta de elevar o poder dos países emergentes no fundo, ao declarar, na abertura da Assembleia Geral do organismo, em Istambul, na Turquia, que o mundo se encontra “em um momento de definição” para moldar a economia pós-crise.

Falando a delegados de 186 países, Strauss-Kahn reforçou a proposta de transferir pelo menos 5% do percentual de cotas da instituição dos países mais representados para as nações menos representadas até janeiro de 2011. “Isto reforça nossa legitimidade e representa uma garantia para nossa eficácia no futuro”, afirmou.

O “rebalanceamento” da economia global é, na visão do diretor-geral do FMI, um dos pontos-chave para concluir com sucesso uma estratégia de saída para a atual crise econômica e evitar outra no futuro.

Entre outras medidas, ele citou uma revisão proposta pelo G20 do mecanismo de avaliação das políticas do organismo, a criação de facilidades para melhorar o acesso de países emergentes a créditos da instituição, e a ampliação do mandato do FMI para incluir um leque mais amplo de políticas que afetam a estabilidade global.

“Estamos em um momento de definição. A história nos ensina que, quando nações do mundo se unem para enfrentar desafios comuns em um espírito de solidariedade, podemos atingir um ciclo virtuoso de paz e prosperidade, e evitar o ciclo vicioso de conflito e estagnação”, argumentou Strauss-Kahn.

“Mas, enquanto falamos do futuro, a implementação de reformas passadas caminha a passos lentos – apenas 36 de necessários 111 países aprovaram legislações relacionadas à reforma de cotas e vozes de 2008. Peço aos países que avancem o mais rápido possível”, afirmou.

O diretor-geral do FMI notou que a economia mundial “parece ter saído da beira do precipício” e “posto um pé na estrada da recuperação”, mas ressaltou que “a crise não passou” e que a economia global “continua em uma posição precária”.

Do Informes PT