FMI pede estratégias claras aos países para o fim da crise
"Chegou o momento para os dirigentes de desenvolver suas estratégias de saída, se não conseguirem esclarecer e formular seus planos, correm o risco de acabar com a confiança e com o próprio processo de recuperação", afirmou diretor geral do FMI
O diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, pediu nesta sexta-feira (4) aos líderes mundiais estratégias claras para sair da crise, e afirmou que a reforma da regulamentação financeira tem avançado a um ritmo insatisfatório.
“A economia mundial parece estar emergindo ao fim da pior recessão que já conhecemos”, declarou em um discurso em Berlim, que teve como título “Além da crise: crescimento duradouro e estabilidade do sistema monetário internacional”.
Strauss-Kahn considerou, no entanto, que a recuperação será “relativamente lenta” e citou uma “recuperação sem empregos”, segundo o texto do discurso.
“Chegou o momento para os dirigentes de desenvolver suas estratégias de saída, já que se não conseguirem desenvolver suas estratégias de saída, se não conseguirem esclarecer e formular seus planos, correm o risco de acabar com a confiança e com o próprio processo de recuperação”, afirmou.
Ao comentar a nova regulamentação financeira com a qual se comprometeram os países desenvolvidos e emergentes do G20, o diretor do FMI disse que esse esforço de reforma “não avança tão rapidamente como seria necessário para resolver os problemas criados pela crise”.
“É uma notícia ruim”, acrescentou, antes de advertir que “ainda há riscos graves de desestabilização financeira no planeta”.
Sobre o sistema de divisas –no momento em que a China defende a adoção de uma nova moeda de reserva internacional, o que acabaria com o domínio do dólar–, Strauss-Kahn disse que a moeda americana se fortaleceu durante a crise e mostrou sua condição de “ativo refúgio sem igual”.
Também pediu que os recursos do FMI voltem a ser ampliados, mesmo depois do compromisso de abril dos países do G20 de triplicar os mesmos para permitir que o Fundo ajude os países que solicitarem.
Da France Presse