Ford investirá R$ 4 bilhões para aumentar produção no Brasil
Com os novos investimentos, a unidade se prepara para a atualização da linha no País, o que segundo fontes próximas à montadora incluem uma atualização do Fiesta
A Ford planeja investir R$ 4 bilhões no Brasil para aumentar a produção, diante do aumento da demanda por carros por conta dos juros nas mínimas recordes e de uma recuperação na maior economia da América Latina, disse na sexta-feira (20), o presidente da companhia para as Américas, Mark Fields. Inaugurada em 2001, a fábrica da Ford em Camaçari é responsável pela produção de modelos como o compacto Fiesta e o SUV EcoSport.
Com os novos investimentos, a unidade se prepara para a atualização da linha no País, o que segundo fontes próximas à montadora incluem uma atualização do Fiesta, que deve se basear no indiano Figo, num primeiro momento, e a posterior chegada do Fiesta europeu, bem como a renovação do EcoSport. A montadora também apresentará em breve sua nova família de motores flex, chamada Sigma, fabricados em Taubaté (SP) e que devem equipar, além da nova geração do Fiesta, o médio Focus.
Investimentos
A maior parte dos recursos, R$ 2,8 bilhões, será direcionada a duas fábricas, no Ceará e na Bahia, disse Marcos de Oliveira, presidente-executivo da montadora para o Brasil e o Mercosul. A Ford espera que os investimentos criem 1.000 empregos e aumentem a produção das fábricas no Nordeste do Brasil dos atuais 250 mil para 300 mil veículos, acrescentou.
Como parte do plano de investimento, divulgado numa cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo ampliará benefícios fiscais estaduais e federais para a Ford.
A montadora é a quarta maior em vendas no Brasil, importante mercado para montadoras globais, como a italiana Fiat, a alemã Volkswagen e as norte-americanas GM e Ford. Companhias automobilísticas da Ásia e da França também estão demonstrando confiança crescente em que o Brasil compense a queda nas vendas em seus mercados locais.
O Brasil continua sendo visto como um local estratégico para montadoras globais, que sofrem muito mais nos principais mercados como Estados Unidos e Europa. Estima-se que as vendas de automóveis no país cresçam a um nível recorde em 2009, ajudadas por incentivos fiscais do governo que reduziram os preços dos veículos e atraíram consumidores às concessionárias.
A isenção fiscal (IPI reduzido) deve acabar no fim de dezembro, mas a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) espera que as vendas cresçam mais 9% em 2010.
Da Reuters