Ford vai produzir o novo Fiesta em São Bernardo
A versão mais moderna do Fiesta será produzida pela Ford na fábrica de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. O anúncio foi feito ontem pela direção da montadora americana durante o Salão do Automóvel de Detroit, onde o carro está exposto no estande da marca.Até então a versão era produzida somente pelo México.
O anúncio faz parte de um plano de investimentos conquistado pelos trabalhadores no final de 2011, na fábrica de São Bernardo até 2015, garantindo o futuro da montadora na Região.
A modernização e adaptação da unidade para a produção do novo carro demandaram investimentos da ordem de R$ 800 milhões, dentro de um total de R$ 4,5 bilhões que será destinado ao país no período de 2011 a 2015. Outros R$ 500 milhões foram destinados à fábrica de motores e transmissões em Taubaté, no interior paulista, onde a Ford produz o motor sigma, hoje usado no EcoSport na Bahia e que também passará a equipar o novo carro.
O Fiesta produzido na fábrica da Ford na Bahia hoje é uma versão mais compacta do que o novo projeto. O início da produção do New Fiesta está previsto para o primeiro semestre, em data a ser anunciada pela montadora em breve. A versão sedã do New Fiesta continuará sendo importada do México.
A iniciativa está em linha com a estratégia da Ford de renovar o portfólio de produtos dentro da estratégia de trabalhar com plataformas globais, batizada de One Ford. Nessa linha, o New Fiesta se une ao EcoSport, desenvolvido e produzido em Camaçari (BA), mas depois levado para a Ásia e, futuramente, para a Europa.
O presidente global da Ford, Alan Mulally – que ontem apresentou a nova linha de furgões Transit na feira de Detroit -, já tinha informado na segunda-feira que o grupo levará aos consumidores brasileiros sua nova geração de veículos.
A produção local do New Fiesta é a grande tacada da Ford para competir no segmento de compactos, predominante no mercado brasileiro e que caminha para uma rápida atualização após a chegada de carros como o HB20, da Hyundai, e o Onix, da General Motors.
Com vendas de 21,3 mil unidades no ano passado – colocando na conta apenas a versão hatch -, a direção da Ford avalia que o New Fiesta alcançou um volume que já justifica levar o carro para o Brasil, mas não divulga suas previsões de crescimento após o início da produção local. “É o produto certo na hora certa”, afirmou o presidente da subsidiária brasileira, Steven Armstrong.
Ao produzir o compacto no Brasil, a montadora também escapa das cotas nas importações de carros do México, de onde o New Fiesta é hoje importado – embora os executivos da Ford neguem uma relação do investimento com a revisão no acordo automotivo com os mexicanos no início do ano passado.
O carro é uma das 18 ações de lançamentos deste ano prometidas por Armstrong em dezembro. Ele afirmou que a maior parte dos componentes do New Fiesta virá do Brasil, incluindo, além do motor, as transmissões.
O Fiesta é o modelo de automóvel mais vendido pela Ford – ou o sexto maior do país quando se compara com as demais marcas. No ano passado, foram 113,5 mil unidades emplacadas, incluindo o carro com motor rocam, que continuará sendo produzido em Camaçari (BA).
Já em São Bernardo, onde está a sede da Ford no Brasil, o New Fiesta vai se juntar à produção do modelo de entrada Ka e à picape Courier. A montadora também tem uma fábrica de caminhões no complexo industrial.
Com um desenho mais esportivo, o New Fiesta está posicionado num segmento acima, e também mais rentável, do irmão de motor rocam.
A adaptação da fábrica paulista para receber o carro incluiu novas prensas, a ampliação de área de carroceria para 310 máquinas automatizadas e uma nova linha de aplicação de fosfato, a primeira camada de proteção do carro, no setor de pintura. Foi adotado um novo sistema automático de aplicação do material de vedação.
Quarta maior marca do país, a Ford respondeu por 8,9% dos carros vendidos no Brasil em 2012, quando a indústria teve o melhor desempenho da história, com 3,63 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados.
Com Valor Econômico