Formação do Sindicato e quatro universidades paulistas aplicam pesquisa na base
Participam professores pesquisadores da USP, UFSCar, Unesp Araraquara e FESPSP. Ideia é entender as principais mudanças na categoria desde as grandes greves
Quem são os trabalhadores na base hoje? Este é o mote do estudo que o departamento de Formação do Sindicato, em parceria com quatro universidades, vai ajudar a responder na pesquisa Condição Operária Revisitada: Os Trabalhadores da Indústria Automotiva Paulista no início do século XXI. “A ideia é entender quais foram as alterações e as que ainda ocorrem no mundo do trabalho, na ação sindical, mudanças geracionais e inovações tecnológicas”, disse o diretor-executivo e responsável pelo departamento dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.
Financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o projeto será dividido em duas etapas a partir de um questionário que vai ser preenchido no Google Form, através do celular, e aplicado à direção plena e trabalhadores da base: Mercedes, Volks e Scania. Também estão sendo realizadas entrevistas com dirigentes sindicais a partir de um roteiro elaborado.
Neste intercâmbio, estão presentes professores pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Araraquara e a FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). “Quando falamos ‘trabalhadores’, estamos falando de quem? Aquele operário dos anos 80, 90 ou um trabalhador hoje totalmente vinculado às novas tecnologias, onde a fábrica é apenas um espaço de passagem? Como isso afeta a questão da mobilização, da politização?”, indagou Luizão.
“Esse novo sindicalismo e os metalúrgicos pós-1978 com as grandes greves, e também trabalhadores do Brasil como movimentos camponeses inaugurados no Nordeste, mudaram a cara do país. É hora de resgatar esse processo e ver as perspectivas daqui para frente, desafios e dilemas”, concluiu.