“Fortalecimento dos sindicatos vem antes do negociado sobre o legislado”
Foto: Edu Guimarães
O secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, criticou a reforma trabalhista anunciada pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira, dia 22. Entre as alterações está a prevalência do negociado sobre o legislado, onde a negociação em acordo coletivo prevalece sobre a lei.
“É no mínimo estranho e se percebe uma má intenção do governo federal em colocar a reforma trabalhista ao apagar das luzes de 2016. Algumas medidas já representam um aumento na flexibilidade dos contratos e tem como único objetivo atender a pauta patronal”, afirmou.
“Entendemos que em muitos casos a negociação melhora a legislação, mas é essencial o fortalecimento dos sindicatos antes da reforma trabalhista”, defendeu.
Wagnão explicou que a maioria dos sindicatos do País hoje ainda sofre forte pressão por parte do empresariado e da própria justiça.
“Muitos não têm a liberdade e a autonomia necessárias para que sejam aqueles com capacidade e força de monitorar os acordos realizados”, disse. “A partir desse fortalecimento é que os sindicatos teriam condições de realizar acordos em que a negociação melhore a lei existente”, prosseguiu.
O secretário-geral lembrou os processos que existem na justiça do trabalho por parte dos trabalhadores para reivindicar o pagamento de direitos. “Os milhões de processos por si só já justificam a preocupação do movimento sindical com essa medida”, destacou.
“Toda discussão da legislação trabalhista e das relações de trabalho deveria envolver o movimento sindical em um amplo processo de debate e produto de amplo consenso das entidades representativas dos trabalhadores”, ressaltou.
“Não estamos aqui ainda discutindo o mérito das medidas, mas sim o método como foram anunciadas. A falta de diálogo, de debate, o desprezo à representação dos trabalhadores justifica concluirmos que esta é uma reforma que atende somente um lado das relações de trabalho, o patronato”, avaliou.
“Comunicar uma parte do movimento sindical sobre as medidas não é debater”, concluiu.
Da Redação.