Fórum de competitividade: Garantir e aumentar o emprego
O Sindicato e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) começaram a debater com o governo e empresários medidas para aumentar a produção e o emprego no setor automotivo. As negociações ocorrem no Fórum de Competitividade da Cadeia Au-tomotiva, instalado no início de agosto com representantes do governo, dos trabalhadores, das montadoras, das autopeças e outros.
Ontem, por exemplo, ocorreu a primeira reunião do setor de Autopeças. O diretor David Carvalho, que representa o Sindicato no grupo junto com Gildázio de Souza, do CSE da Metal Leve, revela que participaram em torno de 15 sindicatos, de trabalhadores e patronais, além de representantes de vários Ministérios (Justiça, Desenvolvimento e outros). “Foi mais um encontro de apresentação”, conta David. “Na próxima reunião, dia 8, em Brasília, começam os debates realmente”.
A proposta do governo com a iniciativa é alcançar resultados como os atingidos pela Câmara Setorial do Setor Automotivo que, entre 1992 e 1997 juntou praticamente os mesmos setores que estão no Fórum e conseguiu que a produção crescesse, o nível de emprego aumentasse, a arrecadação de impostos subisse e os salários tivessem ganho real de 20%.
O Programa de Renovação da Frota associado à inspeção veicular já são defendidos pelo Sindicato e a CNM nas reuniões como forma de aumentar a produção e as vendas em pelo menos 400 mil veículos ao ano.
Outra reivindicação é a implantação do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho no setor para diminuir as diferenças de salário, jornada, direitos e benefícios entre as fábricas do ABC e as indústrias instaladas sob a guerra fiscal promovida pelo governo FHC.
>> Empresas negam direitos
Os trabalhadores também defendem no Fórum de Compe-titividade o programa Mo-dercarga, que moderniza a frota de caminhões com financiamento governamental e pode aumentar de 15% a 20% a produção e gerar cerca de 120 mil postos de trabalho em toda a cadeia.
“Apesar da imensa vantagem que representa, o programa não começou porque algumas empresas resistem ao Sindicato e a CNM-CUT, que exigem a fixação de contrapartidas sociais para as montadoras que se beneficiariam das medidas. Redução de jornada, piso nacional de salários e implantação de Comissões de Fábrica estão entre os principais pontos”, lembrou Valter Sanches, diretor do Sindicato e da CNM.