Fórum Mundial quer frente contra imperialismo

Começa hoje na Venezuela a segunda etapa do 6º Fórum Social Mundial.

A luta anticolonialista dos povos africanos e a onda de governos de esquerda na América Latina devem confluir para criação de uma frente mundial de luta antiimperialista no 6º Fórum Social Mundial de 2006 (FSM), que terá sua segunda etapa aberta hoje em Caracas, na Venezuela.

A primeira etapa do Fórum foi realizada em Mali, África, de 19 a 23 de janeiro. Uma terceira etapa do FSM 2006, prevista para ocorrer no Paquistão, foi adiada para março ou abril em função do recente terremoto que arrasou parte do país.

Unidade

A sexta edição do FSM pode ser um divisor de águas para os movimentos populares, após cinco anos de busca de uma unidade da sociedade civil organizada mundial na luta contra o neoliberalismo.

Em função da nova conjuntura política da América Latina, hoje possivelmente a mais forte fermentadora do FSM, grande parte das organizações que o constituem querem agora dar um passo adiante e criar uma frente mundial de luta contra o imperialismo, simbolizado, grosso modo, pelo projeto político dos EUA e de seu presidente, George Bush.

América progressista

A nova conjuntura política da América Latina, marcada por uma esquerdização progressiva desde a eleição de Lula em 2002, está sendo considerada um momento chave para fortalecer a região como foco da resistência antiimperialista mundial, num movimento de avanço da luta contra o neoliberalismo, escolhido por Evo Morales, o novo presidente da Bolívia, como principal foco de combate de seu governo.

150 mil pessoas são esperadas

A programação do FSM, que vai até domingo, foi estabelecida após consulta popular e os principais pontos que serão debatidos são: poder, política e lutas pela emancipação social; estratégias imperialistas e resistências dos povos; e recursos e direitos para a vida entre outros. São esperadas cerca de 150 mil pessoas nas mais de 1.800 mesas de debates.

A quinta edição, realizada em 2005, aconteceu 150 mil pessoas são esperadas em Porto Alegre e reuniu mais de 200 mil pessoas.

O FSM é um espaço de debate, reflexão, formulação de propostas e articulação de movimentos sociais e que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital.

Ele surgiu em oposição ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, onde chefes de estados e patrões de multinacionais se reúnem anualmente para discutir como aumentar seus lucros.