Fórum Social Mundial discute regulamentação do sistema financeiro

Montante aplicado em ativos financeiros foi quatro vezes maior do que o PIB global, em 2007, que foi de U$ 54 trilhões; debate acontece em Belém, nesta quinta (29)

Em meio aos reflexos da crise financeira mundial, que colocou em xeque o modelo capitalista neoliberal, ativistas de mais de 150 países estarão em Belém (PA), no Fórum Mundial Social 2009. A nona edição do encontro discute e defende alternativas para um outro mundo possível, com redução das diferenças sociais por meio de uma economia sustentável.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participam do FSM colocando em debate uma de suas reivindicações históricas: a necessidade de regulamentação do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

“A falta de mecanismos de controle, conhecimento das operações no mercado e de capacidade de intervenção quando necessário, por parte das instituições reguladoras, contribuiu para a crise financeira”, avalia Ana Carolina Tosetti, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Sindicato. Ela participa, nesta quinta-feira, dia 29 de janeiro, da oficina O Sistema Financeiro Nacional e as pessoas.

A economista destaca que em razão dessa falta de controle sobre o SFN não foi possível barrar a alta dos preços dos ativos financeiros que acabaram extrapolando os limites da economia real. Dados do FMI revelam que o montante aplicado em ativos financeiros (títulos da dívida do tesouro, bolsa de valores e derivativos) foi quatro vezes maior do que o PIB global, riqueza mundial, em 2007, que foi de U$ 54 trilhões.

Nessa mesa de debates serão apreciados, ainda, a caracterização do SFN e a necessidade de sua regulamentação, a atual crise financeira mundial e as repercussões no emprego bancário.

“Apesar de ter começado na ciranda especulativa, a economia real é quem sofre com os efeitos da crise. As demissões estão em curso. Os trabalhadores buscam alternativas que garantam os empregos, um dos pilares da economia”, disse Luiz Cláudio Marcolino.

Do Sindicato Bancários SP