Foxconn planeja trocar trabalhadores por 1 milhão de robôs, diz jornal
Implementação seria feita em três anos para reduzir encargos trabalhistas. Empresa tem histórico de acidentes com trabalhadores
A Foxconn, maior fabricante mundial terceirizada de celulares, montadora de aparelhos como o tablet iPad e o iPhone, além de videogames, planeja substituir a força de trabalho humana por robôs. Segundo o jornal China Business News e o site Xinhuanet, a companhia taiwanesa quer incluir 1 milhão de máquinas em suas linhas de montagem dentro de 3 anos, substituindo os trabalhadores destes locais.
O principal motivo para o uso de robôs, segundo Terry Gou, CEO da Foxconn, em declaração ao jornal, é “reduzir custos com encargos trabalhistas e melhorar a eficiência nas linhas de produção”.
A decisão da Foxconn destaca a tendência crescente de automação na indústria chinesa, à medida que questões trabalhistas como grandes greves e suicídios de operários surgem para criar problemas em empresas de setores que vão de automóveis à tecnologia.
Os robôs serão usados em serviços de rotina como pintura, solda e montagem de aparelhos, atividades que são realizadas atualmente por trabalhadores. A companhia, que tem 10 mil máquinas em operação, pretende aumentar este número para 300 mil em 2012 e para 1 milhão nos próximos três anos.
As fábricas da Foxconn na China possuem cerca de 1 milhão de empregados. Suicídios de funcionários fizeram com que clientes da empresa como HP, Apple e Sony abrisse uma investigação para avaliar como são as práticas trabalhistas da companhia. Em maio, uma explosão na fábrica de Chengdu, matou três pessoas e feriu outras 16.
“Os salários dos trabalhadores vêm crescendo tão rápido que algumas empresas já não suportam”, disse Dan Bin, administrador de fundos na Eastern Bay Investment Management, de Shenzhen.
“A automação é a tendência geral em muitos setores da economia chinesa, como o eletrônico. Algumas empresas também podem considerar transferir suas linhas de produção ao exterior, mas isso é mais fácil de falar do que de fazer, já que a cadeia de suprimento está aqui”, acrescentou.
Do G1, com Reuters