França introduz novo imposto para altas fortunas
O governo da França vai introduzir um imposto extra de 3% para rendas anuais acima de 500 mil euros (mais de R$ 1 milhão).
O novo imposto é parte de um pacote de medidas para tentar cortar o deficit do país em 12 bilhões de euros (cerca de R$ 27 bilhões) em um período de dois anos.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, anunciou o novo imposto e afirmou que ele será aplicado até que a França reduza seu deficit orçamentário e volte ao limite determinado pela União Europeia, de 3% do PIB do país, algo que deve ocorrer em 2013.
O país planeja cortar seu deficit público para 5,7% do PIB em 2011 e para 4,6% em 2012, até chegar a 3% em 2013.
Fillon também anunciou na semana passada uma diminuição em sua previsão de crescimento econômico para a França em 2012, que será de 1,75%, em comparação à previsão anterior de 2,25%.
O governo do país também reduziu a previsão de crescimento já em 2011, de 2% para 1,75%.
Carta aberta
O aumento no imposto ocorre depois do pedido de algumas das pessoas mais ricas da França, para que o governo diminuísse o deficit aumentando os impostos sobre as maiores rendas.
Dezesseis executivos, incluindo a mulher mais rica da França, a herdeira da L´Oreal Liliane Bettencourt, afirmaram em uma carta aberta que pagariam “uma contribuição especial”, seguindo um espírito de “solidariedade”.
A carta aberta foi publicada no site da revista francesa Le Nouvel Observateur e foi assinada por alguns dos mais importantes executivos do país, incluindo Christophe de Margerie, da petrolífera Total, Frederic Oudea, do banco Societe Generale, e Jean-Cyrill Spinetta, da Air France.
“Nós, os presidentes e líderes da indústria, empresários e empresárias, banqueiros e cidadãos ricos, gostaríamos que as pessoas mais ricas tivessem que pagar uma ´contribuição especial´”, afirmaram os executivos na carta aberta.
No documento, eles também admitiram que se beneficiavam do sistema francês e que, “quando as finanças públicas e as perspectivas de piora na dívida estatal ameaçam o futuro da França e da Europa e quando o governo pede solidariedade a todos, nos parece necessário contribuir”.
Mas os executivos alertaram que a contribuição não deveria ser tão grande que provocasse um êxodo dos ricos ou aumentasse a sonegação.
Da BBC Brasil