Franceses vão à greve geral hoje
Um milhão de pessoas em 136 cidades francesas devem aderir à greve geral marcada para hoje contra a flexibilização de direitos trabalhistas. Para o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, o que o governo francês tenta fazer está no programa de Alckmin.
A intransigência do governo francês impediu qualquer avanço nas negociações com dirigentes das cinco maiores centrais sindicais e diversas organizações estudantis da França, no fim de semana.
Por isso, sindicalistas e estudantes reafirmaram que realizarão a greve geral e as manifestações de rua marcadas para hoje em Paris e outras 135 cidades da França. Um milhão de pessoas devem participar.
Os protestos exigem a retirada do chamado Contrato do Primeiro Emprego (CPE), que o governo quer colocar em vigor a partir de abril. Sob a alegação de abrir vagas no mercado de trabalho, a lei promove uma violenta retirada de direitos.
Entre outras sacanagens, o CPE permite a demissão sem custos para as empresas que contratarem num prazo de dois anos e praticamente acaba com as contribuições dos patrões para a Previdência Social, promovendo a precarização do sistema.
Além das manifestações, sindicalistas e estudantes cuidaram também de organizar um serviço de segurança. Nos atos da semana passada, pessoas de fora do movimento contra o CPE aproveitaram as provocações da polícia e promoveram violentos quebra-quebras.
O governo e a direita em todo o mundo manipulam as cenas de violência para carimbar os protestos como manifestações de jovens que desejam manter privilégios. Isso é mentira. Tanto que as centrais sindicais estão à frente do movimento contra o CPE porque sabem que ele é apenas um primeiro passo para o governo tentar implantar novas leis contra os direitos dos trabalhadores.
Aqui, o perigo é Alckmin
Para o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, o que o governo francês tenta fazer com o CPE encontra paralelo no Brasil nas palavras do candidato das elites, Geraldo Alckmin.
“Enquanto na França querem retirar direitos, o governador de São Paulo fala em reativar a Alca, ato que significa submeter o País aos interesses das grandes potências, e em flexibilizar os direitos dos trabalhadores”, alerta Feijóo.
Ele lembra que a intenção de Alckmin em retirar as conquistas trabalhistas é tão clara, que uma das pessoas que fazem a cabeça do governador é José Pastore, conhecido como um dos principais ideólogos pelo fim dos direitos.
“Todos companheiros devem lembrar que o governador tentou aprovar um projeto que demitia 120 mil professores no Estado de São Paulo”, destaca o presidente do Sindicato. “Se tentou fazer essa barbaridade por aqui, imagine o que esse sujeito vai tentar se for presidente da República”, alerta Feijóo.