Frei Betto vem ao Sindicato para a exibição do documentário “A Cabeça Pensa Onde os Pés Pisam – Frei Betto e a Educação Popular”
Atividade será na próxima terça-feira, 19, às 18h, na Sede
O frade dominicano, teólogo, jornalista, autor de mais de 70 livros, Frei Betto, estará no Sindicato na próxima terça-feira, 19, às 18h, para exibição do documentário “A cabeça pensa onde os pés pisam – Frei Betto e a Educação Popular”, produzido pela Mirar Lejos Filmes.
A obra integra a trilogia de documentários e um longa-metragem que retratam a trajetória de Frei Betto e suas interações na sociedade, no Brasil e no exterior. Este primeiro traz o tema da educação popular. A produção é composta por depoimentos de Frei Betto e outros personagens que atuaram nas redes de educação popular no Brasil desde os anos 1970. Eles trazem as impressões e a memória de atores fundamentais no processo de formação de centenas de pessoas, entre elas importantes lideranças políticas no Brasil, que contribuíram para a redemocratização do país.
Frei Betto conversou com a Tribuna e deu alguns detalhes sobre o filme.
Tribuna Metalúrgica – O senhor poderia nos explicar a frase que dá título ao documentário?
Frei Betto – Cunhei este axioma para ressaltar que quando mudamos de lugar social, mudamos também de lugar epistêmico, lugar de visão da realidade. Um militante que veio da periferia e com o tempo ocupa um espaço de poder no governo dificilmente estará disposto a se engajar de novo no trabalho de base na periferia.
TM – Uma das passagens abordadas é sua atuação do movimento sindical com a Pastoral Operária no ABC. Poderia nos dar um spoiler desse trecho? Que momentos e imagens o documentário retrata?
Frei Betto – As imagens mostram cenas das grandes greves metalúrgicas do ABC na virada dos anos 1970-1980. Como, por exemplo, funcionava o Fundo de Greve.
TM – O documentário oferece também uma visão sobre a importância da educação popular implementada em Cuba, mostrando o papel vital que o senhor desempenhou nesse processo. Poderia comentar esta questão?
Frei Betto – Desde 1981 assessoro Cuba. Viajo periodicamente a Ilha socialista. Nos anos 80 participei da fundação do Centro Martin Luther King, de educação popular. O filme mostra um treinamento em educação popular que promovemos com a alta cúpula do governo cubano, inclusive o presidente Diaz-Canel.
TM – O Ministro Flávio Dino comentou, depois de assistir, que o documentário é uma aula de história e de esperança, o senhor concorda? Por quê?
Frei Betto – Concordo com Flávio Dino. O documentário mostra como se acumulou força popular e eleitoral para levar Lula três vezes ao governo do Brasil.
TM – Este é o primeiro documentário da trilogia que a produtora brasileira Mirar Lejos está realizando em homenagem aos seus 80. O que esperar dos próximos dois?
Frei Betto – Um deles, intitulado “Fraternura”, retrata minha assessoria a movimentos populares, sindicais e pastorais. O outro, a minha obra literária. E haverá um longa estrelado pelo ator Enrique Diaz.