Frota brasileira de veículos é a mais velha dos últimos 25 anos
Estudo indica que carros conduzidos no país têm, em média, 10,2 anos – pior resultado desde 1995
A idade média dos automóveis conduzidos pelos brasileiros passou de uma década, atingindo 10,2 anos, o pior resultado dos últimos 25 anos. Quanto mais velhos, maior a chance de se envolverem em acidentes e de emitir mais poluição se não forem bem cuidados. O envelhecimento tem a ver com o “pífio” crescimento da frota de automóveis no ano passado por causa da crise sanitária, explica Elias Mufare, diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), entidade responsável pelo estudo que é atualizado anualmente.
Segundo ele, se diminui a entrada de modelos novos no mercado, a idade média da frota aumenta. A pandemia do coronavírus levou a uma queda de 28,6% nas vendas de automóveis novos no ano passado. Descontando-se a taxa de mortalidade (carros com perda total ou desmanches), o total de carros em circulação soma 38,1 milhões de unidades, aumento de apenas 0,5% em relação a 2019.
É o menor porcentual de crescimento desde o início dos anos 2000 quando o Sindipeças começou a publicar esse indicador no relatório sobre a frota brasileira. “Carros mais velhos têm maior possibilidade de apresentar defeitos e provocar acidentes, lentidão no trânsito e emitir mais poluentes se não forem feitas as manutenções corretas”, explica Mufarej. Em 1995, a idade média dos automóveis bateu em 10,3 anos. Desde então, seguiram-se 18 anos de rejuvenescimento, chegando a 8,6 anos em 2013.
A trajetória de renovação foi interrompida na crise econômica de 2014 e seguiu até o ano passado, mesmo com a pandemia derrubando as vendas. Um ano antes da crise de 2014, a participação na frota dos automóveis com até três anos de uso, considerados seminovos, era de 27%, número que caiu para 15% em 2020. A fatia daqueles com mais de dez anos passou de 35% para 44%, enquanto a dos intermediários, com quatro a dez anos, subiu de 38% para 41% do total em circulação.
Da CNN Brasil