Futuro do trabalho e as plataformas digitais
A difusão do trabalho em plataformas digitais tem intensificado o debate sobre o futuro do trabalho.

O capitalismo, por meio das grandes empresas transnacionais, tem se apropriado das novas tecnologias no contexto da globalização hegemônica para atacar direitos e fazendo retroceder o padrão da qualidade do trabalho em todo o mundo.
Esse cenário extrapola em grande escala os motoristas de passageiros e entregadores porque essa modalidade de serviço e trabalho está migrando para outros setores da economia.
No seminário internacional: “Promoção do Trabalho Decente nas Plataformas Digitais” promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 30 e 31 de maio último, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho e a Fundação Friedrich Ebert, várias questões foram debatidas, como: a presunção do vínculo empregatício tendo como pressuposto o controle, a subordinação e desligamento do trabalhador da atividade; necessidade de uma regulação internacional sobre proteção social aos trabalhadores em plataformas; direito a representação sindical e à negociação coletiva dos trabalhadores em plataforma.
As novas tecnologias devem nos levar para um trabalho com direitos, dignidade e jornadas reduzidas? Porque estamos caminhando na direção contrária com o espelho retrovisor voltado para o século XIX marcado pela ausência de direito, intensificação da exploração da mão de obra e longas jornadas de trabalho?
Evidentemente, sabemos que há muitos interesses econômicos envolvidos nesse esforço de regular o trabalho em plataforma que está sendo levado adiante pelo atual governo. Não podemos nos esquecer que, ao pensarmos sobre o futuro do trabalho, estamos refletindo igualmente sobre o modelo de sociedade que queremos.
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