G-20 precisa funcionar de forma permanente, diz Lula
Grupo não pode ser ´cirurgião convocado para apenas uma cirurgia´, disse. Presidente defendeu aportes do FMI a países pobres, mas sem imposições
Em entrevista ao jornal francês “Le Monde”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação do G-20 para além da crise econômica internacional.
“Esse é o desafio. É não permitir que o G-20 tenha funcionado como um cirurgião convocado para apenas uma cirurgia”, disse, acrescentando que teme que os países ricos queiram que o G-20 funcione “apenas para resolver os problemas dessa crise”.
“Eu acho que ele precisa funcionar de forma permanente, sobretudo para discutir as questões econômicas”, defendeu, sugerindo ainda foros para os ministros da Fazenda, dos Bancos Centrais e para os ministros das Relações Exteriores.
Para o presidente, a proposta seria a de que o G-20 tivesse esse papel até que se consiga aprovar uma reforma nas Nações Unidas, que aí passaria a coordenar as discussões econômicas.
Lula afirmou acreditar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial terão um papel mais importante a partir desta crise. Ele defendeu, no entanto, que o aporte de capitais para os países mais pobres sejam feitos sem imposições.
“O empréstimo a um país pobre significava amordaçar o país pobre, e os bancos passavam a ter ingerência na economia daquele país e nas decisões dos governos. Assim não funcionou, e, daqui para a frente, o empréstimo tem que ser um empréstimo comum, sem condicionalidades, para que os países possam ter a soberania de decidir o que vão fazer com o empréstimo.”
Do G1