Garantir os empregos e compartilhar direitos


Trabalhadores participarão das decisões, diz Valter Sanches

Os representantes dos trabalhadores nos Conselhos de Administração da Daimler, proprietária da Mercedes-Benz, e do grupo Renault, apoiaram o acordo de cooperação industrial firmado entre as duas empresas.

Em comunicado, eles “saúdam o acordo, contanto que ele tenha como foco a expansão do volume de negócios e a garantia do emprego a longo prazo”.

No mesmo comunicado, os sindicalistas vinculam o apoio, “à expectativa de que futuros projetos conjuntos abram oportunidades de trabalho distribuídas igualmente entre as empresas”.

Segundo Valter Sanches, representante brasileiro dos trabalhadores no Conselho de Administração da Daimler e diretor do Sindicato na Mercedes, os trabalhadores terão participação ativa nas decisões tomadas pela empresa. “Está garantido que todo e qualquer
eventual reflexo para o Brasil será negociado com os representantes dos trabalhadores”,
afirmou.

Compromissos
Para Erich Klemm, coordenador geral das Comissões de Fábrica na Daimler na Alemanha, os representantes dos trabalhadores esperam que a cooperação garanta, em primeiro lugar, que os empregos nas empresas participantes seja assegurado e expandido.

“Só chegamos a este acordo sob a condição de que a direção da empresa esteja comprometida com este objetivo”, disse Klemm.

“Isto deve ser concretizado na forma de acordos e compromissos de produtos nas fábricas”, concluiu.

Participação em conselho é avanço
A garantia de que qualquer reflexo na força de trabalho será debatido com os trabalhadores, como no caso do acordo entre as duas montadoras, só é possível porque os metalúrgicos têm assento nos Conselhos de Administração da fábricas.

“Com isso podemos interferir nas decisões das empresas, assegurando e ampliando empregos, investimentos e direitos”, explicou Sanches.

Compartilhar
Ele aponta como exemplo o compromisso firmado semana passada com a Mercedes no Brasil, de compartilhar a produção de caminhões com a planta da montadora em Juiz de Fora. “Todo o excedente de produção que sairá daqui para ser feito em Minas será negociado conosco”, afirmou o dirigente.