Gás da Bolívia: Brasil e Petrobras ganham com acordo
O acordo firmado entre a Bolívia e a Petrobras não prejudica os negócios de exploração e produção de gás da estatal brasileira no país vizinho, garante o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli. “A Petrobras não perde dinheiro”, diz.
A estatal brasileira, ao lado de outras petrolíferas estrangeiras, assinou acordo com o governo do presidente Evo Morales para se adaptar às regras impostas pela nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia, decretada em 1º de maio.
O contrato da Petrobras garante por 30 anos a operação dos campos de San Alberto, San Antonio e Colpa-Caranda, mas a estatal boliviana de gás, a YPFB, será responsável pelo seu transporte e venda. Investimentos e custos são da Petrobras.
Sobre a negociação para os preços do gás vendido pela Bolívia à Petrobras, Gabrielli afirmou que a posição da empresa é manter o atual contrato, que prevê o reajuste trimestral de acordo com uma cesta de derivados de petróleo.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também frisou que o Brasil está satisfeito com o acordo assinado pela Petrobras com a Bolívia. “Não estamos mais no século 19. Não vamos mandar tropas para a fronteira. Deve-se respeitar a soberania dos países”, declarou.
Amorim destacou que se fez um drama enorme com a nacionalização boliviana e houve uma mistura de ignorância com a tentativa de explorar o tema na campanha eleitoral. “Nossos adversários falaram muito”, afirmou.