Gastos públicos: Inchaço da máquina é conversa mole

A coligação PSDB-PFL passou a acusar o presidente Lula de ter aumentado os gastos públicos por meio da contratação de servidores. Isto é, de ter promovido o inchaço da máquina administrativa.

Ao mesmo tempo defendem que o corte nos gastos públicos através de um “choque de gestão” permitiria mais investimentos em obras de infra-estrutura, necessárias para dar um empurrão a mais na economia brasileira. Na verdade, querem promover um novo golpe contra o governo como fizeram há pouco com crises fabricadas.

Estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Aplicadas) derruba essa conversa mole com que a direita volta a bombardear jornais e programas eleitorais. “A percepção de que houve inchamento dos gastos com funcionalismo nos últimos anos está errada”, afirma o IPEA.

O trabalho mostra que entre 2003 e 2005 os gastos com servidores federais ficaram onde estava, em 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto). E prova que as despesas com os gastos da máquina do Estado baixaram de 2,3% do PIB em 2002 para 2% em 2005. Para isto acontecer, diminuíram as despesas com material de consumo, diárias, passagens aéreas, contratações temporárias e outras.

Destino do dinheiro – Na mesma conversa mole, a direita diz que o governo federal aumentou seus gastos de 16,1% para 17,7% do PIB sem dizer onde gastou. De novo, o estudo do IPEA dá a resposta. O dinheiro foi para os programas sociais, que dobraram desde que Lula assumiu.

O trabalho demonstra que as despesas com programas sociais passaram de 2% do PIB em 2002 para 2,7% no ano passado. Um aumento expressivo no ano, numa economia que cresce à taxa média de 2,5%.

Esse investimento fez o salário mínimo ser o maior em 25 anos, o bolsa-família chegar a 9,2 milhões de casas e crescer o consumo dos trabalhadores. Ou seja, o aumento do gasto público que a direita diz não saber onde foi parar, serviu para diminuir as desigualdades sociais e ampliar o mercado interno, gerando renda e emprego.

Por isto os companheiros precisam ficar espertos. Quando PSDB e PFL defendem um  “choque de gestão”, na verdade falam em corte de dinheiro que melhora a qualidade de vida dos trabalhadores e da população excluída.