Gerdau: Americanos pedem apoio do Brasil

Cada vez mais os trabalhadores percebem que não existem soluções locais para combater as políticas que privilegiam só o mercado mundial. Por isso, Peter Savoy, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da multinacional brasileira Gerdau em Beaumont, nos Estados Unidos, participou ontem de uma panfletagem na porta da empresa em Sorocaba, no interior de São Paulo.

A atividade foi o início de um intercâmbio que a cada 15 dias trará ao País um sindicalista metalúrgico, trabalhador na filial brasileira da Gerdau nos EUA. Ele virá conhecer a organização e a realidade dos metalúrgicos brasileiros para levar nossas experiências. Ao mesmo tempo, vai relatar as lutas dos companheiros norte-americanos que trabalham na empresa.

O intercâmbio acontecerá até que a Gerdau aceite negociar a renovação do acordo coletivo da categoria nos Estados Unidos. Ela se recusa a conversar com a categoria nos EUA e Canadá, e já fez até uma greve de patrões para pressionar os trabalhadores a aceitarem apenas suas propostas. As cinco plantas da Gerdau instaladas nos EUA não reconhecem os sindicatos.

Precarização – Peter Savoy conta que a Gerdau esperou terminar o acordo coletivo para impor cortes nos salários, jornada de 16 horas sem adicionais e cortes nos planos de saúde, entre outras medidas, e ameaçou demitir quem entrasse em greve.

O Sindicato contra-atacou com cartas de esclarecimento, notas em jornais e emissoras de rádio e televisão locais e ganhou a briga. Dos 270 trabalhadores na Gerdau em Beaumont, somente dois aceitaram os termos da empresa.