GM anuncia investimento de R$ 7 bi, mas não define planos de eletrificação

Inclusão de motores a combustão na prorrogação de incentivos muda o cenário no Brasil

A General Motors anunciou nesta quarta-feira (24) um robusto programa de investimentos para o Brasil, que totalizará R$ 7 bilhões entre este ano e 2028. Os recursos serão usados para renovar toda a linha de produtos e modernizar as fábricas. O detalhamento do plano, no entanto, frustrou os que esperavam alguma sinalização da estratégia que a montadora adotará em relação à eletrificação dos veículos produzidos no país.

O próximo ciclo de investimentos da GM era, entre todos que têm sido anunciados no setor, o mais aguardado justamente porque, até aqui, essa era a única entre as montadoras veteranas a levantar a bandeira do carro 100% elétrico, sem passar por fases intermediárias, com o desenvolvimento de híbridos, como têm sido defendidos pelas outras duas gigantes – Volkswagen e Stellantis.

Mas recentes medidas tomadas pelo governo mudaram o cenário e pesam numa eventual revisão de estratégia. A mais polêmica está relacionada a um parágrafo, acrescentado de última hora ao texto da prorrogação dos incentivos fiscais para montadoras nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, aprovado pelo Congresso no fim do ano, e que beneficia a Stellantis, forte concorrente da GM.

Num texto que originalmente previa a extensão dos benefícios apenas para modelos híbridos e elétricos foram, de última hora, incluídos também veículos com motores a combustão. O detalhe interfere na decisão de investimentos numa empresa como a GM, que em 2025 completará 100 anos de Brasil e que tem, ao longo de todo esse tempo, se dedicado à produção de carros a combustão. Mesmo que a presidente mundial da companhia, Mary Barra, tenha declarado, nos Estados Unidos, a intenção de oferecer apenas carros elétricos em todo o mundo a partir de 2035.

Do Valor Econômico