GM propõe PDV a fábricas de São Paulo e trabalhadores recusam

A General Motors apresentou proposta de PDV, Programa de Demissão Voluntária, aos trabalhadores de suas três fábricas instaladas no Estado de São Paulo: Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e São José dos Campos. Nas três unidades o programa foi recusado, informaram os sindicatos dos metalúrgicos. A companhia confirmou em nota enviada à reportagem.

Em documento enviado aos trabalhadores para apresentar o PDV, a GM afirma que “o cenário de vendas de veículos no Brasil está obrigando a indústria automotiva a fazer ajustes em suas capacidades produtivas. Agora, os ajustes não são mais por falta de peças: é necessário adaptar as fábricas ao tamanho do mercado”. A companhia, no documento, culpa os juros altos pela retração da demanda e afirma que não há previsão de melhora, inclusive, para 2024.

Disse ter aplicado medidas como layoff, férias coletivas e days-off, insuficientes para adequar a produção ao atual tamanho do mercado. Em São Caetano do Sul, onde a GM produz Montana, Spin e Tracker, o sindicato diz aguardar novo posicionamento da empresa. Alguns trabalhadores, porém, foram desligados, de acordo com o presidente Aparecido Inácio da Silva, o Cidão: “Até o momento apenas funcionários que já estavam aposentados”.

Vale lembrar que em 2019, primeiro ano do mandato de João Dória como governador do Estado de São Paulo, a GM conseguiu benefícios fiscais que, segundo disse a companhia à época, foram fundamentais para garantir um investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas paulistas. Chamado de IncentivAuto, o programa foi criado para atender especialmente à GM, que meses antes acionara o governo para informar decisão da matriz de fechar suas fábricas paulistas.

Da AutoData