Golpe militar de 1964: Uma perseguição aos sindicatos

Ao colocar as tropas nas ruas em 31 de março de 1964 para depor o presidente João Goulart, os líderes do golpe militar tinham como um dos objetivos desmantelar a esquerda. O Exército interviu em centenas de sindicatos, perseguiu e prendeu diretores, e reprimiu as entidades estudantis.

“No dia 3 de abril os militares fecharam o quarteirão e me prenderam junto com Marcos Andreotti, pois a gente decidiu não fugir”, lembra Philadelpho Braz, então secretário-geral do Sindicato dos Metalúr-gicos de Santo André.

Toda a diretoria do Sindicato pertencia ao Partidão, o Partido Comunista Brasileiro. Philadelpho já tinha sido preso várias vezes, desde 1961, sempre acusado de subversão. Nos anos 70, durante o governo Médici, chegou a ficar 15 dias no quartel em Quitaúna.

“Nós, comunistas, éramos marcados. Policiais disfarçados participavam das assembléias do Sindicato, além dos infiltrados na categoria”, conta ele.