Governo anuncia medidas para estimular setor automotivo

Entre elas estão a redução das taxas de juros nas linhas de crédito para a aquisição de caminhões e ônibus, redução do IPI para compra de carros e a diminuição do IOF para todas as operações de crédito de pessoas físicas


Guido Mantega durante o anúncio nesta segunda-feira em Brasília. Foto: Valter Campanato / ABR

O ministro da Fa­zenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (21) um pacote de medidas para estimular o cré­dito no País e garantir empregos.

Entre elas, estão a redução do Imposto Sobre Produtos Indus­trializados (IPI) para compra de carros, a diminuição do Impos­to Sobre Operações Financeiras (IOF) para todas as operações de crédito de pessoas físi­cas de 2,5% para 1,5% ao ano e das taxas de juros do Programa de Sustentação de Inves­timento (PSI) para ca­minhóes e ônibus.

As reduções do IPI e do PSI valem até o fim de agosto e do IOF não tem prazo definido. As empresas do setor automobilístico se comprometeram, em contrapartida, a manter o nível de emprego.

O objetivo é es­timular a atividade econômica. “Estamos diante do agravamento da crise financeira in­ternacional. E isto está trazendo problemas para os emergentes co­mo um todo”, explicou Mantega.

Alíquotas
Segundo ele, a re­núncia fiscal das me­didas anunciadas (valor que o governo deixará de arrecadar) é de R$ 2,1 bilhões.

Para a aquisição de automóveis, o go­verno informou que as empresas instaladas no Brasil terão seu IPI para carros de até mil cilindradas (1.0) será reduzido de 7% para zero. Para carros impor­tados, a alíquota cairá de 37% para 30%.

Para veículos de mil cilindradas (1.0) a duas mil cilindradas (2.0), a alíquota para carros a álcool e “flex” (álcool e gasolina), a alí­quota, para empresas instaladas no Brasil, será reduzida de 11% para 6,5%.

Para os carros im­portados, a alíquota será reduzida de 41% para 35,5%. Já para utilitários, a alíquota será reduzida de 4% para 1% (empresas ins­taladas no país) e para carros importados cai­rá de 34% para 31%.

PSI (Caminhões e ônibus)
O governo deci­diu também reduzir as taxas de juros cobra­das pelo BNDES nas linhas de crédito do PSI para a aquisição de caminhões e ôni­bus, bens de capital, exportação de bens de capital e para o Proen­genharia.

A medida visa es­timular a realização de projetos de inves­timento, que poderão ser feitos a um custo financeiro menor.

Prazos
As novas taxas de juros de cada linha são para caminhões e ôni­bus, de 7,7% para 5,5% ao ano; bens de capi­tal, de 7,3% para 5,5% ao ano; exportação de bens de capital, de 9% para 8% ao ano e para o Proengenharia, de 6,5% para 5,5% ao ano.

Os prazos para pagamentos dos finan­ciamentos também fo­ram estendidos de 96 meses para 120 meses.

Sérgio Nobre gosta, mas pede vigilância
Destacando que ainda não tivera tempo suficiente para analisar as medidas anunciadas por Mantega, o pre­sidente do Sindicato, Sérgio Nobre, disse que recebeu bem as decisões do ministro para incentivar o setor automotivo.

“Há bastante tem­po a categoria alertava que eram necessárias mudanças no segmen­to e reivindicava do go­verno federal medidas como as que foram pro­postas para incentivar a produção no segmen­to”, disse ele.

O dirigente ressal­tou que ainda será ne­cessário analisar com cuidado o anúncio do governo federal.

Para isso, convo­cou a categoria a parti­cipar da Comissão de Mobilização que acon­tece nesta quarta-feira (23), na Sede, às 18h, para participar deste debate. “Tenho certeza que os com­panheiros receberam com alívio as declara­ções do ministro. Mas a categoria deve ficar atenta e vigilante para acompanhar o cumpri­mento das medidas”, concluiu Sérgio Nobre.

Da Redação