Governo argentino dobrou a carga tributária para exportação de carros
No fim do ano passado o governo da Argentina apresentou o Pacote de Urgência Econômica, com uma série de medidas que têm como objetivo recuperar a combalida economia do país. Tais medidas, no entanto, geraram impacto imenso na venda de veículos nacionais no mercado interno e, principalmente, nas exportações, que carregam desde então uma carga tributária de 24,7%, quase o dobro da média histórica.
A decisão onerou a produção de veículos local e, no início do ano, surgiram boatos de que poderia provocar o fechamento de operações produtivas. Na semana passada o site Motor1 Argentina teve acesso a documentos que circularam pelas mesas de executivos das fabricantes locais mostrando a carga destes impostos na cadeia e o seu impacto sobre os negócios.
Para os veículos produzidos na Argentina e vendidos no mercado interno a situação é ainda pior, segundo a reportagem do Motor1. De acordo com os dados levantados e obtidos pelo jornalista Carlos Cristófalo os automóveis passaram de uma carga de impostos – considerando a cascata de tributos no mesmo estilo do que acontece no Brasil – de 21% para 58,09%. Os veículos comerciais leves recolhem agora 47,59% ante a carga tributária de 10,5% antes do Pacote de Urgência Econômica.
Outro documento obtido por Carlos Cristófalo mostra que a Adefa, a associação dos fabricantes, também está trabalhando junto aos representantes do governo para mudar esta política tributária e, ainda, mostra sua preocupação com as companhias chinesas, que podem aproveitar o projeto RIGI, Regime de Incentivos a Grandes Investimentos, que dará vantagens a empresas que instalarem fábricas na Argentina. A Adefa negou a autoria do documento apresentado pelo jornalista.
Da AutoData