Governo Bolsonaro foi omisso e não mandou oxigênio, enviou cloroquina ao Amazonas

A falta de suporte por parte do governo federal na crise de oxigênio hospitalar no Amazonas, em janeiro deste ano, foi o principal foco do depoimento do ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo, ontem à CPI da Covid.

Foto: Divulgação

O ex-secretário afirmou que recebeu pouco apoio do Ministério da Saúde para o transporte de cilindros do insumo, mas que o Ministério foi rápido no envio de hidroxicloroquina ao estado. O ex-secretário relatou que foi solicitado ao governo federal apoio logístico à Unicef para o envio do oxigênio fornecido pela Venezuela. Porém, o governo não respondeu ao pedido.

O senador Humberto Costa (PT-PE) quis saber quem organizou a resistência às medidas de isolamento social decretadas em Manaus e lembrou que políticos aliados de Bolsonaro, como a deputada Bia Kicis (PSL-SP) e o deputado Osmar Terra (MDB-RS) endossaram o boicote às restrições. Marcellus disse não ter o nome de quem pressionou.

Responsável pelas mortes

Costa lembrou que Bolsonaro chamou de “absurdo” o lockdown em Manaus e acrescentou que a pressão maior foi do presidente da República. “Ele é diretamente responsável por essas mortes em Manaus. Ele defendeu ideias estapafúrdias”, criticou.

O senador finalizou classificando a gestão da pandemia em Manaus como um “experimento do governo federal”. “Eles acreditavam que a cloroquina e o tratamento precoce iriam reduzir os casos, por isso não ajudaram nos esforços necessários do estado. O presidente da República e seus apoiadores se empenharam para derrubar as medidas sanitárias de saúde. Enquanto Manaus pediu oxigênio, o governo federal mandou cloroquina”, concluiu.

Falta de oxigênio

O ex-secretário Marcellus Campêlo desmentiu o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, e afirmou que ligou para o então ministro no dia 7 de janeiro para avisar do iminente desabastecimento de oxigênio nos hospitais do estado. No mês passado, Pazuello declarou à Comissão que soube da falta do insumo na noite de 10 de janeiro.

 Com informações da Rede Brasil Atual