Governo de São Paulo cria regra que pode inviabilizar carregadores públicos
Sem estatísticas, Corpo de Bombeiros faz consulta para projeto com exigências inviáveis para carregadores públicos
Com o aumento constante da frota de carros elétricos no mercado brasileiro, há mais discussões sobre o impacto desses veículos na sociedade, incluindo demandas de segurança. O governo do estado de São Paulo está levando isso a sério e tentando se adiantar quanto ao risco de incêndio em pontos de recarga. O Corpo de Bombeiros paulista publicou uma consulta pública a respeito de um parecer técnico exigindo da instituição mais medidas de segurança para carregadores de elétricos.
O texto fala especificamente de pontos de recarga em estacionamentos públicos, prédios e subsolos. Para emitir o laudo de segurança no estado de São Paulo, o Corpo de Bombeiros passaria a exigir que os pontos de recarga fossem separados entre si com 5 metros de espaço vazio, ou então paredes com resistência a fogo de cinco metros de comprimento e capacidade resistir às chamas por 90 minutos. No caso de pontos de recarga em subsolo, a exigência ainda inclui chuveiros automáticos com números específicos de vazão e pressão.
O parecer vai além e propõe que as vagas destinadas à recarga de carros elétricos “deverão possuir proteção, mínima, de 2 extintores ABC com distância máxima de caminhamento de 15 metros”. Em locais e estacionamentos com pontos de recarga, seria vedada o uso de leiaute que dificulte o combate ao possível incêndio, ou seja, nada de vagas “travadas”. No caso de subsolos, ainda seria exigido sistema de ventilação mecânica para dissipação de gases tóxicos.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo explica que seu Parecer Técnico “foi desenvolvido a partir do diligente trabalho da Comissão Especial”. O texto também diz que “Os incêndios em veículos elétricos são de difícil extinção, necessitando grandes quantidades de água”. De acordo com a própria instituição, citando “estudo globais”, a melhor maneira de combater o incêndio é por meio de rápida detecção. Porém, a instituição peca ao não apresentar dados estatísticos sobre a quantidade de incêndios em carros elétricos ou carregadores já combatidos pela corporação paulista.
Do InsideEVs