Governo deve dar maior incentivo fiscal a carros menos poluentes em nova fase do Rota 2030
Programa deve também beneficiar veículos com mais itens recicláveis; medida faz parte da ‘agenda verde’
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve dar maior incentivo fiscal a carros menos poluentes na nova fase do Rota 2030, programa lançado na gestão Michel Temer (MDB) que tem como justificativa estimular investimentos no setor automotivo. A ideia desta nova etapa, prevista para ser anunciada ainda neste mês, é fazer um escalonamento dos benefícios concedidos em função do nível de emissão de carbono dos veículos. Além disso, também será considerada a capacidade de reciclagem dos materiais de cada modelo.
A segunda fase do programa deve se estender até 2028. Agora, o governo pretende fazer um rastreamento da cadeia completa de carbono por meio de uma metodologia —chamada nas discussões de “do poço à roda”—, por meio da qual são calculadas as emissões desde a origem do combustível. Se o veículo for movido a etanol, por exemplo, a conta começa já na produção da cana-de-açúcar.
Hoje, esse cálculo é feito “do tanque à roda” —considerando as emissões associadas apenas ao uso do veículo em função de cada tipo de combustível. Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, o governo não defende uma tecnologia específica e caberá às empresas identificarem qual é a melhor estratégia de mercado para cada uma delas seja apostar em carros elétricos, híbridos ou movidos a etanol, por exemplo. Até mesmo porque, diz o secretário, ainda não há consenso sobre qual modelo seria menos poluente.
Em meio à “guerra” entre carros elétricos e híbridos, diversos estudos sobre sustentabilidade veicular estão sendo conduzidos pelo setor automotivo. O governo quer também incentivar que as montadoras deem mais atenção à reciclabilidade dos veículos produzidos, ou seja, avaliem os componentes usados na fabricação dos automóveis e a capacidade de reúso de materiais ao longo do processo. Ainda está em discussão, contudo, de que forma esse modelo de economia circular seria contemplado no pacote.
Da Folha de São Paulo