Governo discute com indústria retorno do carro popular

Uma minuta de portaria em negociação do governo com os fabricantes de veículos representados pela Anfavea pode recriar no mercado brasileiro o “carro popular 1.0”, como ficou conhecido o veículo com imposto reduzido que dominou as vendas no País até o início da década passada. Segundo apurou a Agência AutoData com fontes próximas ao assunto, dentro das discussões do IPI Verde – que em tese reduzirá a tributação de carros mais eficientes e aumentará a dos mais poluentes –, existe a proposta de zerar o IPI dos carros mais baratos produzidos no País, com emissões abaixo de 83 gCO2e/km.

Por este critério teriam lugar garantido na lista de carros isentos de IPI Fiat Mobi e Renault Kwid, atualmente os mais baratos à venda no País. Mas também podem ser encaixados no mesmo padrão de emissões versões mais baratas, com motores 1.0 aspirados, de modelos como Hyundai HB20, Fiat Argo, Volkswagen Polo Track, Chevrolet Onix e Citroën C3.

Pelo que está na mesa de negociação a isenção iria somente até dezembro de 2026, pois a partir de 2027 começam a ser aplicados, gradualmente, os impostos sobre consumo do novo regime tributário, o que levaria a novas discussões sobre a substituição do IPI Verde – alguns apostam que esta tributação, que beneficia os mais eficientes e pune os menos, será regulada por meio do Imposto Seletivo.

Segundo fontes relataram à reportagem a minuta do IPI zerado do que já está sendo chamado de “novo carro popular” está pronta e repousa em mesas em gabinetes do Ministério da Fazenda. Nada está decidido, porém. As reuniões seguem e as discussões, especialmente acerca do IPI Verde, que é a base de todo o planejamento, estão acaloradas. Mas a expectativa é a de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie tudo, o IPI Verde e isenção para o carro popular, nas próximas semanas.

Da AutoData