Governo empresta R$ 19 bi para setor produtivo

"Este governo vai continuar não jogando dinheiro fora, vamos continuar com estabilidade fiscal, vamos fazer o que tiver que fazer para que este país não jogue fora o que nós conquistamos com tanto sacrifício", afirmou o presidente Lula

O governo vai liberar R$ 19 bilhões para o setor produtivo. Deste total, R$10 bilhões serão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para grandes empresas e R$ 5 bilhões virão do Banco do Brasil para pequenos e médios empresários. Outros R$ 4 bilhões também do BB serãoemprestaqdos a bancos das montadoras.

Os empresários terão, ainda, dez dias a mais de prazo para os empresários pagarem impostos federais. As medidas foram anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada, durante a 28ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico (CDES), como forma de ajudar o setor produtivo a manter mais recursos em caixa diante da crise financeira internacional, que tem reduzido o volume de crédito no mercado.

Estratégia – A reunião, a última do ano, teve como tema central a conjuntura econômica externa. Realizada no Palácio do Planalto, o encontro contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que as medidas anunciadas no encontro são mais um passo importante dentro de uma estratégia que vem sendo deliberada pelo governo.  O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, coordenou o evento, onde também estavam presentes a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. “A avaliação é que o Brasil está enfrentando, com solidez e segurança inéditas, as grandes ondas de instabilidade que atingem todas as economias do mundo”, disse José Múcio.
  
Em seu discurso, o presidente Lula descartou qualquer possibilidade de pacote econômico e destacou as reservas suficientes que o Brasil tem para enfrentar a crise por um bom tempo. “Este governo vai continuar não jogando dinheiro fora, vamos continuar com estabilidade fiscal, vamos fazer o que tiver que fazer para que este país não jogue fora o que nós conquistamos com tanto sacrifício”, afirmou o presidente.

CDES – O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República é um órgão representativo da sociedade brasileira. Em documento enviado à Presidência da República no dia 24 de outubro, o CDES pediu a atenção do governo para algumas medidas que farão frente à crise: a estabilização do câmbio; o restabelecimento do crédito, a suspensão do processo de aumento das taxas de juros a e manutenção de investimentos públicos. “Nessa plenária do CDES, todos foram unânimes em dizer que as medidas apresentadas pela equipe econômica estavam indo bem. Evidentemente que as ações não têm efeito no curtíssimo prazo. Mas todos acham que o governo está agindo de pronto e está no caminho correto”, declarou o ministro José Múcio Monteiro, após os trabalhos.
  
Conselheiros da área empresarial afirmaram que algumas medidas já tiveram resultado.  O presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, disse que as ações para estabilizar o câmbio tem sido fundamentais para a manutenção dos negócios, enquanto o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Fábio Barbosa,  declarou que a ação do Banco Central –  como a liberação de compulsórios bancários – ajudou  o mercado a obter mais equilíbrio. 

Já o presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, acredita que as nações em melhor situação poderão até se fortalecer após as dificuldades. “Os países com seus fundamentos econômicos sólidos sairão fortalecidos”, preconizou.

Do Em Questão